Leva a assinatura do arquiteto Maurício Pinto o projeto da Padoca, o novo empreendimento do grupo Pasta em Casa, no mesmo local, no Rio Vermelho, onde já funcionam o restaurante Pasta em Casa e a Forneria. Adepto do estilo mix & match, que mistura estampas e estilos de móveis diferentes, para compor a ambientação Maurício foi buscar inspiração nas águas dos mares do Sul da Bahia e do Mediterrâneo, em lugares como Trancoso, Formentera e a Côte d’Azur. Como o local fica próximo ao mar e ainda recebe a luz solar, o décor foi pautado em azul e branco, com toques de vermelho e amarelo nos xadrezes e listrados dos tecidos.

O desenho do mobiliário interno privilegia as estruturas leves e a mistura de ferro, madeira e mármore branco que, em meio a gravuras garimpadas, dão o clima das mercearias antigas. “A utilização de cadeiras e mesas em estilos e formatos diferentes dão a cara do projeto”, detalha o arquiteto. “Destaco as cadeiras vintage em ferro, pintadas na mesma cor azul do balcão, uma espécie de cor “banho de espuma”, e o patchwork de tecidos listrados e quadriculados”, pontua.

Maurício também é o responsável pelo projeto arquitetônico e de design de interiores do Pasta em Casa e da Forneria. “Os três projetos têm em comum a essência do Pasta em Casa”, afirma. “No Pasta em Casa a ideia foi criar um ambiente acolhedor e confortável com referências que remetessem ao prazer de receber em casa, como o nome do restaurante indica”, explica. A cozinha envidraçada lembra um aquário, e permite que quem está no salão acompanhe ao vivo a produção dos pratos. Um dos cuidados foi preservar a árvore que já existia no imóvel, para reforçar a atmosfera de pátio e conservar a natureza próxima ao estabelecimento.

Já na Forneria, marcada pelo estilo contemporâneo, mas sem perder o DNA do Pasta em Casa, o arquiteto tirou partido do pé-direito triplo e da ausência de divisórias, valorizando a textura original das paredes, algumas delas com tijolos de demolição aparentes. A pegada industrial do projeto, pode ser notada, a partir da utilização de serralheria entre o salão e a área de produção, e cobogós de cimento nas meias paredes do bar e da cozinha. A Forneria carrega as cores branco e grafite com toques de verde e caramelo. Um dos destaques é o sistema acústico, feito com placas flutuantes em fibra de dendê, produzidas por quilombolas baianos.

Ainda na Forneria, detalhes como os pendentes do bar em bambú trazem o elemento étnico à decoração. O mobiliário garimpado e customizado dá o toque irreverente ao projeto, e as fotografias nas paredes, cuidadosamente escolhidas, imprimem identidade ao ambiente. No conjunto, a mistura de referências, materiais e acabamentos produz um espaço moderno e cosmopolita, que poderia estar em qualquer lugar no mundo.