DÉBORA SECCO CAUSA POLÊMICA COM DECLARAÇÂO INFUNDADA.
DR. FELIPE GOIS DEBATE O CASO “DEBORA SECCO” COM O SEU COLEGA TIAGO AMOEDO.
Nas últimas semanas, uma polêmica tomou conta da mídia e causou espanto na comunidade médica. No programa ‘Altas Horas’ do dia 9 de julho, a atriz Deborah Secco falou sobre a experiência da maternidade e disse que se sentia frustrada por não conseguir amamentar sua filha por conta de uma prótese de silicone colocada na mama. A fala da atriz repercutiu negativamente e deixou muitas pessoas em dúvida sobre o procedimento estético.

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Depois de toda essa polêmica, convidei o amigo e colega, o cirurgião plástico Tiago Amoedo, para fazermos um bate-bola sobre o assunto.

Como já imaginava, Tiago confirma que o que aconteceu com Deborah Secco não tem relação com o procedimento cirúrgico realizado pela atriz. “A relação estabelecida pela atriz não procede por um motivo simples: a prótese é colocada ou atrás da glândula mamária ou atrás do músculo. Em qualquer uma das opções, a produção do leite materno em nenhuma hipótese é afetada. A impossibilidade de amamentar certamente foi causada por algum outro problema, que deve ser investigado de forma minuciosa”, explica Amoedo.

A mamoplastia de aumento e a lipoaspiração são as duas cirurgias plásticas mais realizadas no Brasil e em todo o mundo. Isso faz com que a técnica cirúrgica esteja sempre atualizada e os materiais, com a prótese mamária, sejam cada vez mais modernos, garantindo o sucesso do procedimento. “A prótese usada nas mamas é formada por um gel bastante coeso, que não se espalha mesmo se houver uma ruptura do invólucro externo, também formado por silicone. A superfície dessas próteses é texturizada ou de poliuretano, o que favorece uma maior adesão do material ao organismo, conferindo segurança para a paciente”, explica Amoedo.

Os problemas vistos em relação às próteses de silicone têm muito mais a ver com os processos pré, intra e pós-operatório do que com o material propriamente dito. “A prótese é um corpo estranho, por isso é normal que ela seja encapsulada pelo organismo. A diferença é que esse processo pode gerar dor, o que nós médicos chamamos de contratura capsular e o senso comum apelida de ‘rejeição’. Com a tecnologia usada para a fabricação do material, os riscos de existir esse problema são diminutos, a menos que não sejam tomadas medidas fundamentais antes e durante a cirurgia, como, por exemplo, o cuidado com o manuseio da prótese para evitar infecções”, explica o cirurgião plástico.

Mas, independentemente da qualidade da prótese ou de haver ou não contratura capsular, o fato é que a colocação do silicone não compromete a produção do leite materno. “Se a mulher não possuir tecido mamário suficiente, com ou sem prótese ela provavelmente terá dificuldade de amamentar. A presença do silicone não interfere em nada nesse processo”, finalize Tiago.

POR: DR. FELIPE GOIS

Tiago Amoedo é médico graduado pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, especializado em Cirurgia Geral pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões, formado pelo Serviço de Cirurgia Plástica Dr. Ewaldo Bolívar de Souza Pinto (SP) e membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Tiago Amoedo é médico graduado pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, especializado em Cirurgia Geral pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões, formado pelo Serviço de Cirurgia Plástica Dr. Ewaldo Bolívar de Souza Pinto (SP) e membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.