Com apenas um funcionário e produzindo 2 mil litros de cerveja no mês, a Proa Cervejaria abriu sua fábrica em 2018, em Lauro de Freitas. De lá pra cá, a empresa, capitaneada pela mestra cervejeira Débora Lehnen, cresceu junto com o mercado baiano, que conta atualmente com 10 cervejarias registradas no Ministério da Agricultura e Pecuária, contra apenas três no início do processo. Um ano depois, neste mês de julho, a marca celebra a produção de 12 mil litros de cerveja mensais, entre rótulos próprios e de empresas parceiras, e o emprego direto de 14 profissionais em sua fábrica e bares.
Em apenas 12 meses, a produção própria da marca, desenvolvida por Débora, já é distribuída em cerca de 80 pontos de venda em Salvador, Litoral Norte, Feira de Santana, Itacaré, Chapada Diamantina e Vitória da Conquista. Ao todo, são mais de 15 diferentes cervejas produzidas em 10 estilos, das mais tradicionais IPA, Weiss e Hop Lager às mais exclusivas, como a Saison, Vienna Lager, RIS (Russian Imperial Stout), as criativas Fruit Beers de jaca, seriguela e melancia com gengibre e as inspiradas em elementos locais, como a Saison com pimenta, resultando em receitas inusitadas que desafiam o paladar do público.
“Acredito que nosso diferencial nesse primeiro ano foi promover a cultura artesanal no estado, apostando em cervejas com matérias primas de qualidade e buscando um conceito único e que vem agradando até mesmo quem não gostava de cerveja”, explica Débora, empresária gaúcha que enxergou uma lacuna no mercado baiano. “Hoje, arriscamos processos exclusivos na Bahia, como o envelhecimento da cerveja em barris de carvalho americano que guardaram bourbon ou cachaça, produzindo cervejas complexas que não eram consumidas facilmente por aqui”, explica.
Apostando num mercado que parecia promissor, a Proa Cervejaria promoveu também a cultura de growlers e chope em barris para eventos na Bahia. “Muitos baianos ainda não sabem o que é growler, mas hoje temos muitos clientes que enchem seus recipientes nos nossos bares com cerveja artesanal para beber em casa”, conta. Para quem ainda não sabe, growlers são reservatórios de vidro, cerâmica ou alumínio ideais para transporte e armazenamento de cervejas, que podem ser consumidas, em seguida, em qualquer ambiente. O preço da cerveja fica mais em conta por não ter custo de embalagem.
Com o crescimento rápido da marca, fruto de um trabalho sério e que nadava contra a maré da mesmice do que se via no estado, a Proa Cervejaria abriu, também em 2018, seu Bar de Fábrica, ao lado do galpão onde seus rótulos são produzidos em Lauro de Freitas. O bar já foi palco de eventos especiais, como o encerramento do II Congresso Técnico de Sommeliers, realizado pela ABRACERVA – Associação Brasileira de Cerveja Artesanal, no começo de junho, os eventos típicos Oktoberfest e Saint Patrick’s Day, e a descontraída Beer Mile, corrida em que, a cada 400 metros, os participantes bebem 400 ml de cerveja.
Prestes a completar um ano e com uma alta demanda de clientes, a Proa Cervejaria abriu também o Proa Salvador, na Pituba, já no centro da capital. No bar, 15 torneiras estão à disposição do público, com 14 estilos próprios da bebida e uma com o gin exclusivo da marca. Com isso, a marca foi diversificando seus investimentos, reforçando um conceito e um estilo de consumir cerveja que não se via localmente. “Temos muito trabalho a fazer ainda, mas sentimos, ao mesmo tempo, que temos muito a celebrar. O mercado baiano, hoje, acredita na nossa marca, porque o respeitamos a cada passo, entendendo o público e enxergando seu potencial e peculiaridades”, elabora Débora, que é mestre em Química e uniu à sua paixão por cerveja seus conhecimentos na área, elaborando receitas únicas que conquistam cada vez mais adeptos.