Nascido em 1986, em Teresina, capital do Piauí, Hudson Melo cresceu em uma família de artistas e desde muito cedo percebeu que carregava essa herança. Ainda criança já demonstrava interesse pela arte, especialmente nos momentos em que a mãe ensinava o dever de casa segurando sua mão.
É da infância que traz ainda muitos dos personagens que retrata até hoje em seus trabalhos. Autodidata e com influência direta da terra natal em diversas manifestações, como a xilogravura, Hudson Melo desenvolveu traços leves que exploram a intensidade das cores e que se tornaram sua marca registrada. Não gosta de rotular o próprio estilo e mistura a vida real com o abstrato, criando elementos, símbolos e personagens muitas vezes tridimensionais.
Mesmo desenhando desde muito cedo, foi em 2007 que Hudson Melo encarou sua arte como trabalho pela primeira vez. Com identidade única e certa ligação com o neoexpressionismo, utiliza da arte para representar personagens que expressam momentos de sua infância e adolescência, dando ênfase na cabeça em relação ao restante do corpo, uma característica muito comum nas ilustrações infantis.
Quando percebeu no próprio desenho uma certa dimensão, quis experimentar o graffite como nova forma de fazer arte. Assim aprendeu a trabalhar a percepção sensorial com o spray. “O graffiti é uma forma de você entender o seu corpo e trabalhar isso com a lata”, explica. A arte de Hudson Melo vai do papel para a tela e os muros, em uma relação estreita onde uma estética leva à outra, com traços expressivos à mão livre. Sua trajetória passa por graffiti, muralismo, retratos e pinturas a óleo e está sempre em busca de novas formas de se expressar.
Seu trabalho com graffiti já o levou para grandes festivais internacionais no Brasil, como o Festival Concreto em Fortaleza e Recifusion, em Recife, ao lado de artistas do mundo inteiro. Na Alemanha, Hudson foi convidado para pintar um toten em frente ao Museu de adrte contemporânea Marta Herford, localizado na cidade de Bielefeld, e eleito em 2013 como o melhor museu da Europa. Por meio da Galeria Manuel Nunes, graffitou paredes nas cidades de Colônia e Berlim, também na Alemanha. “Essa experiência foi incrível porque nestes lugares levei uma temática freestyle, que é bem distante do que eles têm costume, então foi inovador e diferente pra eles.”, explica.
“Eu crio pessoas” e essa arte gera uma identificação íntima com o público. A verdade e intimidade impressa nos desenhos levou Hudson Melo à diversas cidades brasileiras como São Paulo, Manaus, Roraima, São Luiz, Curitiba e Rio de Janeiro. Também expôs em galerias internacionais como Koln e Bielifeld, na Alemanha; Nova Iorque, nos Estados Unidos; Londres, na Ingraterra e outros países como Holanda e Chile. Já criou coleções para peças de louças da TokStok, assina com outros artistas a sede da Netflix no Brasil, entre outros trabalhos.