O impeachment da Presidente Dilma Rousseff, em 2016, é visto por um prisma bastante particular no documentário ALVORADA, dirigido por Anna Muylaert (“Que horas ela volta?”) e Lô Politi (“Jonas”), que acompanha de perto do cotidiano do Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência, enquanto ocorria o processo que derrubou a primeira mulher presidente do Brasil. O filme estreia nesta semana, dia 27/05 nas plataformas digitais (Now, Oi, Vivo Play, Google Filmes, iTunes e Youtube) e nos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília e Maceió com sessões já confirmadas. Acesse a programação do filme a partir de quinta-feira no site da Vitrine.
ALVORADA acompanha o dia-a-dia dos funcionários e da presidente, mas também mostra a dinâmica e o turbilhão político que Dilma Rousseff estava vivendo naquele momento. Diferente dos outros documentários sobre o tema, o filme aborda a questão política por um caminho que dá protagonismo à presidente, que quase se mostra como uma personagem capturada pela câmera do documentário. Tudo é registrado, por vezes de maneira bem próxima, encontrando assim, a mulher que existe para além da governante, que recorda, entre outras coisas, de quando esteve presa durante a Ditadura Militar.
A figura humana de Dilma Rousseff é contraposta entre os corredores frios e trabalhadores quase anônimos do Palácio da Alvorada, se revelando uma obra arquitetônica imponente desenhada por Oscar Niemeyer. Mais do que um raio-X do golpe de 2016, ALVORADA é uma investigação sobre os fatos que levaram o Brasil à situação atual.
Francesca Angiolillo escreveu na Folha de S. Paulo que este “[é] um documento dos mais interessantes que dribla o tempo todo o desafio de narrar os bastidores sem poder de fato o fazer. O resultado se fragmenta como a paisagem nos muitos reflexos que a arquitetura de Niemeyer proporciona.” Já Luiz Zanin, de O Estado de S. Paulo, definiu o documentário como “um filme de beleza triste e produz um efeito melancólico em espectadores conscientes. Uma melancolia inevitável para quem se dispõe a suportar o torturante processo histórico brasileiro de 2013 para cá.”