Mirla Riomar, cantora e compositora soteropolitana, que mora há seis anos em Barcelona (Espanha), viu surgir de sua ancestralidade a necessidade de contar sua história e de mostrar as consequências da colonização do Brasil – desconhecida ainda hoje em seu local de residência, a capital da Catalunha – no seu novo álbum, Afrobrasileira. Ele será lançado no dia 22 de fevereiro de 2022 em todas as plataformas digitais. O disco, soprado por seus saberes ancestrais, traz as raízes culturais brasileiras e sua descendência africana e indígena, assim como seus sonhos de menina, o empoderamento feminino e ativismo negro.
O título do disco já mostra a que veio: representar e transmitir a cultura afrobrasileira pelo mundo, levando a fusão das raízes rítmicas baianas com pinceladas de jazz, soul e efeitos eletrônicos. “Afrobrasileira sou eu, é minha história. É um grito de identidade que dá nome a um sonho, meu primeiro disco. Através dele trago a história de meus ancestrais, as raízes culturais de minha terra e as consequências da colonização no Brasil. Afrobrasileira é a essência do meu povo que, através da música, conseguiu transformar toda dor em alegria e poder artístico”, conta Mirla.
O álbum, produzido pelos músicos Alan Sousa e Marcel Vallès conta com participações especiais de artistas da cena da música baiana e brasileira, assim como de diferentes paises como o saudoso maestro Letieres Leite (Salvador), Ivan Sacerdote (Salvador), Gabriel Grossi (Brasíla), Jurandir Santana (Salvador), Childo Tomas (Moçambique), Matias Traut (Argentina), Rocco Papia (Itália), entre outros, ao longo de suas nove faixas. A participação de Letieres nesse álbum foi um grande presente, como conta Mirla: “Ele é uma grande referência da música afrobrasileira no Brasil e no mundo. Um ser de luz, que infelizmente nos deixou faz pouco tempo, deixando um legado enorme na nossa cultura e um vazio muito grande nos nossos corações. A música que ele gravou foi a música do meu orixá, se chama Iworò, que traz como base, ritmos sagrados do candomblé e das religiões de matriz africana, como Vassi e Hamunha”.