Apresentando um Pernambuco com formas e cores de Cíceros e Vicentes, Lulas e Virgolinos, Câmaras e Samicos, a mostra Arte em Pernambuco – Coleção Enilton Tabosa do Egito tem início em 08 de outubro na Arte132 Galeria, em São Paulo, com um conjunto de mais de 100 obras – entre pinturas, três esculturas em cerâmica e uma escultura em bronze – que ocuparão os dois pisos da galeria.
A exposição abrange produções realizadas a partir da metade do século XIX até o fim do século XX, e ganha corpo com o acervo particular do cardiologista pernambucano Dr. Enilton Tabosa do Egito, grande amante e colecionador das artes visuais pernambucanas. O texto crítico é assinado por Benjamim Gomes e o projeto expográfico foi realizado por Antonio Carlos Suster Abdalla.
Dentre os 71 artistas pernambucanos autores do conjunto das obras expostas, recebem destaque nomes como: Cícero Dias (1907-2003), Reynaldo Fonseca (1925-2019), Vicente do Rego Monteiro (1899-1970), Lula Cardoso Ayres (1910-1987), Wellington Virgolino (1929-1987), Balthazar da Câmara (1890-1982), Gilvan Samico (1928-2013) e o famoso ceramista Francisco Brennand (1927-2019). Sumidades no universo das artes visuais, estes são alguns dos nomes que representam o acervo de pinturas pernambucanas de arte não-sacra, iniciada na metade do século XIX. Poderão ser vistas obras de artistas homens e mulheres, sendo que, de todos que integram a coleção, 21 deles permanecem vivos.
A seleção de obras feita para essa exposição representa uma síntese do que foi e continua sendo a pintura pernambucana no panorama nacional. “No que se refere aos séculos anteriores, tivemos o cuidado de desenvolver mais detalhadamente os acontecimentos e fatos que fizeram a nossa história no passado, até porque nossos livros didáticos descrevem de forma acrítica e muito superficial informações necessárias à formação crítica de seus educandos.”, explica Benjamim.
Ainda que a mostra tenha como marcadores temporais os séculos XIX e XX, o início das pinturas, de fato, começa no século XVII, com a instalação dos holandeses em Pernambuco, à exemplo dos pintores Frans Post (1612-1680) e Albert Eckhout (1610-1665), que chegaram juntamente com Maurício de Nassau. A pintura não-sacra tornou-se registro de importância histórica e pano de fundo para tudo o que se seguiu posteriormente na história do Brasil.
O espaço criado compõe a cena histórica da arte pernambucana, buscando resgatar as origens em função de ampliar a difusão do conhecimento cultural e artístico no contexto da época em que as obras foram criadas. É também importante ressaltar que a mostra permitirá expor o paralelismo temporal entre o Modernismo Pernambucano e outros Modernismos. A publicação impressa que abarca todas as obras pertencentes à coleção do Dr. Enilton Tabosa (em torno de 270 itens) foi idealizada por Benjamim Gomes e estará disponível na Galeria para aqueles que visitarem a exposição