Dores no rosto e dificuldades para mastigar eram constantes na rotina da administradora Ana Oliveira, de 34 anos. A soteropolitana afirmava que jamais faria cirurgia na face, por acreditar que as intervenções eram sempre por causas estéticas. “Foi aí que descobri que essas dores eram por conta de uma má-formação no meu maxilar. Decidi fazer a cirurgia”, explica Ana, que encontrou redução também na própria enxaqueca depois do procedimento.
A bucomaxilofacial Thainá Mendes, responsável por cirurgias como a de Oliveira em Salvador e São Paulo, explica que o aumento da procura por tratamentos de dores na face tem ocorrido, principalmente, pelo crescimento de casos após a pandemia. No primeiro ano da pandemia de Covid-19, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou 25%, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e isso pode elevar o número de pacientes com dores faciais e disfunções temporomandibulares. É o que afirmam profissionais da área, como a doutora Thainá.
“Os cirurgiões bucomaxilofaciais são responsáveis pelo estudo, diagnóstico e tratamento de disfunções, doenças ou traumas que acometem a região orofacial. A especialidade, cuja missão está relacionada à devolução da saúde e da autoestima do paciente”, destrincha Mendes. Ela explica que, ainda que os dentes rachados ou o bruxismo, por exemplo, não costumem se encaixar como casos cirúrgicos, em possibilidades mais graves, o disco articular da ATM pode estar deslocado . Nesses quadros, a cirurgia é indicada.