A musculação não traz apenas benefícios como aumento de força e resistência. Ela melhora a postura, previne lesões e diversas doenças. Um estudo desenvolvido no Instituto de Pesquisa sobre Neurociências e Neurotecnologia (Brainn), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), confirmou que a atividade ajuda também a proteger o cérebro de idosos contra demências. O estudo acompanhou pessoas que já apresentavam um comprometimento leve e descobriu que praticar musculação duas vezes por semana, com intensidade moderada ou alta, preservou o hipocampo e o pré-cúneo, áreas cerebrais que se alteram nesse diagnóstico. Outro impacto positivo também foi encontrado: a melhora na chamada substância branca, parte do cérebro que opera em conjunto com a massa cinzenta. As vantagens chegaram à metade dos participantes que incorporaram a musculação ao seu cotidiano após seis meses. “Os trabalhos com sobrecarga, independentemente de ser peso, musculação com o próprio peso, com elástico ou molas, têm mostrado que, além dos benefícios físicos, trazem melhoras cognitivas e relacionadas à saúde de um modo geral”, explica Allan Lacerda, Coordenador na Rede Alpha Fitness.
O Relatório Nacional sobre a Demência, lançado pelo Ministério da Saúde em setembro do ano passado, projeta que até 2050, o número de pessoas 60+ com demência deve subir para 5,6 milhões. O relatório destaca que praticamente metade (45%) dos casos poderiam ser evitados se os idosos mantivessem uma prática regular da musculação. Atualmente, no Brasil, são cerca de 2,71 milhões de pessoas com 60 anos ou mais que convivem com quadros de demência. Vale lembrar que o trabalho com idosos precisar ser multidisciplinar. Tem que ter a participação de um médico, do profissional de educação física e de um fisioterapeuta.