Em comemoração aos 40 anos de formação e difusão das artes circenses, o Circo Picolino e a Fulanas Cia de Circo apresentam “Isso Não é Uma Obra”, um experimento cênico-circense que não se fecha em definições, mas se abre em caminhos. A temporada, totalmente gratuita, acontece nos dias 06, 07, 08, 14 e 15 de junho, às 18h, reunindo artistas com trajetórias atravessadas por múltiplas linguagens, como circo, dança e música. A estreia, no dia 06 de junho, tem horários especiais, às 09h30 e 14h30, voltada a mediação cultural com estudantes de escolas públicas e outros interessados.

Serão compartilhados com o público os fios trançados ao longo da “Residência Artística – Picolino 40 anos”, realizada durante o mês de maio — uma experiência construída pelas singularidades de cada artista envolvido. Mais do que um espetáculo, Isso Não é Uma Obra é uma experiência em processo — uma jornada compartilhada entre artistas que se (re)encontram e, agora, com a maturidade de corpos de 40 anos e mais, se permitem habitar novos lugares de criação.

O que se vê e se vive em cena é a escuta do presente, os desejos em movimento e o prazer do encontro. É um entrelaçamento de histórias, corpos, afetos e tempos. Não há tema fechado, nem roteiro prévio. O que há é processo: a beleza do que se constrói no tempo presente e que só se revela por inteiro na partilha. O processo criativo é o verdadeiro protagonista desta montagem.

Os ensaios, trocas e experimentações aconteceram durante a residência, que reuniu as integrantes da Fulanas — Luana Tamaoki Serrat, Carol Guedes, Nina Porto e Nana Porto — com artistas convidados por convocatória pública: Irmão Carlos (músico e produtor musical), Leandro Oliveira (bailarino e coreógrafo), Maju Passos (dançarina e empresária), Julieta Kappa (multiartista circense) e Yerko Haupt (pesquisador e artista circense). Além dos artistas convidados: o bailarino, coreógrafo e produtor cultural Marcelo Galvão; e o artista circense Edi Carlos Souza.

Artistas que chegaram à residência com seus repertórios únicos e, mais importante, com a disposição de viver o encontro, para realizarem uma celebração sensível de suas histórias e da potência de criar em coletivo. A Fulanas Cia de Circo — grupo que, em 2025, completa 18 anos de trajetória — recebe esse processo como um presente.

“Essa montagem é um reencontro com o Circo Picolino — lugar de origem, de reencantamento, de respiração. É uma celebração a este espaço de formação, memória e reinvenção para artistas de múltiplas linguagens — circo, dança, música e performance. Aqui me faço artista”, declara Nana Porto, também integrante da Fulanas.

Já a artista circense Nina Porto, com mais de 30 anos de carreira e “cria da Escola Picolino”, destaca que “a residência nos atravessou com novas presenças, que chegam para movimentar, provocar, sugerir outras possibilidades e expandir os desejos da própria companhia. Isso Não é Uma Obra é um experimento que nos oferece perguntas em forma de presença, poesia e corpo vivo. Quem sabe este ano ainda tenha mais ações e mais Fulanas pelo mundo?”.

A “Residência Artística – Picolino 40 anos” foi contemplada pelo edital Territórios Criativos – Ano II, com recursos da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador, da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), Ministério da Cultura e Governo Federal.

FOTOS por Nti Uirá