O transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição neurológica na qual o paciente apresenta mudanças no comportamento, dificuldade na hora de interagir com outras pessoas e alteração na fala e comunicação. Comumente, o diagnóstico é feito ainda cedo, entre os 12 e 24 meses de idade. Porém, pode acontecer do transtorno ser identificado tardiamente, na fase adulta, e novos caminhos devem ser traçados para entregar uma melhor qualidade de vida para a pessoa com autismo e seus familiares.
O diagnóstico do espectro autista é feito por profissionais especializados, como fonoaudiólogos, psiquiatras, psicólogos e neurologistas. Muitas vezes a percepção dos sintomas pode ser negligenciada – ocasionando a descoberta tardia. Crianças podem passar despercebidas na análise, levando à confirmação apenas na vida jovem ou adulta.
O que muitas vezes leva ao diagnóstico tardio é a presença do autismo em seu grau leve, ou seja, os pacientes conseguem estudar, trabalhar e interagir sem tratamentos específicos, mas ainda sentem desconforto.
“Alguns adultos já vieram com o diagnóstico desde cedo, ou outros só descobrem depois. Os sinais principais, no adulto TEA, leves e moderados, estão na linguagem não verbal e em algumas expressões. Eles têm dificuldade de entender metáforas, linguagens ambíguas, em ter empatia e demonstrar afeto. Também preferem trabalhar sozinhos, não gostam de sair da rotina e hiperfoco em interesses específicos”, explicou Giedra Marinho, psicóloga e professora do Centro Universitário Tiradentes (Unit Pernambuco).
O nível 1 do autismo em adultos é o leve, em que os pacientes vivem e trabalham de forma independente, e têm mais dificuldade em interação social, comunicação e relacionamentos em geral. No 2, moderado, a pessoa com espectro autista apresenta transtornos maiores na fala, com linguagem repetitiva, pouco contato visual e falta de foco. E no 3, grave, eles precisam de ajuda em várias atividades, já que eles têm maior dificuldade na fala, alimentação, higiene e na rotina em geral.
Giedra Marinho explica que o psicólogo vai trabalhar na identificação e melhoria dos comportamentos negativos, através da Análise do Comportamento Aplicado (ABA). “O ABA percebe os comportamentos disfuncionais e disruptivos que o adulto está apresentando, e através das técnicas, é possível que certos sintomas negativos cessem ou parem de acontecer”, salientou a professora.