O BH Design Festival chega a Belo Horizonte com a proposta de divulgar o potencial criativo e levantar a bandeira do design na cidade. Para isso, uma das ações é um circuito urbano de atividades voltadas para o segmento, que serão realizadas simultaneamente em alguns dos mais prestigiados espaços da cidade que respiram deste universo. Um dos destaques do circuito é a apresentação do Salão Vivacqua como vindoura instalação do Museu da Cadeira Brasileira – MuC, por meio de uma programação gratuita de talks e bate-papos a respeito da profunda relação do design nas raízes históricas do espaço urbano de BH e da cultura mineira.
Os encontros para discussões contam com a presença de diversos pesquisadores, professores, doutores e mestres em design, história da arte, moda, dentre outras áreas relacionadas com a temática do Festival. Para participar, o público interessado pode realizar a inscrição gratuita pelo link do sympla: https://www.sympla.com.br/muc. O espaço também promoverá dentre os dias 29 de maio e 08 de junho, a exposição “A Cadeira e A Poesia” que propõe um olhar particular e profundo perante o “objeto Cadeira” e as extensas possibilidades de narrativas criadas, seja de cunho histórico, bem como retrata a evolução cultural registrada em seu aspecto formal e material. A história da cadeira brasileira, se percebido por um viés antropológico, propõe um inspirador diálogo social, cultural, político e econômico em âmbito nacional, criando uma temática que também será abordada em diversos dos encontros de bate-papos da programação.
O projeto do Museu também prevê a instalação de um Centro de Pesquisa, voltado para a constante produção científica em torno de seu tema central, “a Cadeira”. Composta por uma equipe de cientistas, pesquisadores e teóricos em um espaço destinado a produzir exposições, artigos científicos, publicações literárias, cursos, palestras, entre outros, o Museu da Cadeira Brasileiro – MuC se propõe à intensa interatividade com a comunidade por meio de atividades culturais, revivendo os antigos saraus literários como aconteciam em outros tempos no Salão Vivacqua.
O Salão carrega esse nome devido à numerosa família Vivacqua que residiu no edifício entre os anos de 1920 a 1930, quando era um local de encontros onde à elite intelectual da cidade convergia. Marcados pelas presenças de figuras notáveis da intelectualidade mineira como Carlos Drummond de Andrade, Pedro Nava, Abgar Reanult, Milton Campos, João Guimarães Rosa, e outros convidados, se encontravam para discutir sobre poesia, política e outros assuntos culturais à sua época. Os encontros do grupo saíram dos famosos cafés e passaram a acontecer na grande sala de estar do casarão da família Vivacqua, promovidos por Achilles, então com seus 20 anos, e já poeta.