Com a chegada do verão, muitas pessoas frequentam praias, parques e piscinas para tomar sol e conquistar um bronzeado ou praticar atividades ao ar livre. No entanto, é fundamental ter cautela, pois a exposição excessiva à radiação ultravioleta do sol é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pele, o tumor maligno mais incidente no Brasil, com mais de 175 mil novos casos por ano, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

A dermatologista do Itaigara Memorial, Irene Spinola, explica que o câncer de pele é responsável por cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Por isso, para alertar sobre os riscos e as formas de prevenção dessa doença, a Sociedade Brasileira de Dermatologia criou a campanha Dezembro Laranja.

“Embora qualquer pessoa possa ser afetada, indivíduos com pele muito clara, albinos, pessoas com vitiligo ou em tratamento com medicamentos imunossupressores apresentam maior sensibilidade ao sol. A doença também tende a ser mais frequente em pessoas acima de 40 anos, sendo rara em crianças e em pessoas negras”, esclarece.

Apesar do carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular serem os tipos mais comuns, o melanoma merece atenção especial. “Ele é o tipo mais agressivo e pode surgir em qualquer região do corpo, acometendo todos os tipos de pele. Por isso, é fundamental avaliar os sinais periodicamente, sobretudo se apresentarem alterações como mudança de tamanho, forma ou cor”, orienta a especialista.

A regra ABCD ajuda a identificar possíveis sinais de melanoma:
A de assimetria: quando uma metade da pinta ou mancha é diferente da outra.
B de bordas: bordas irregulares, dentadas ou mal definidas.
C de cor: cores diferentes em uma mesma lesão, como tons de preto, marrom, vermelho ou branco.
D de diâmetro: lesões com mais de 6 mm.

Além disso, o sol tomado na infância, até os 18 anos, tem grande influência no aparecimento do câncer de pele na vida adulta. Por essa razão, o cuidado deve começar desde cedo, com proteção solar adequada para as crianças.

Spinola destaca ainda que o câncer de pele costuma se manifestar nas áreas do corpo mais expostas ao sol, como o rosto, pescoço e orelhas. O diagnóstico deve ser feito por um dermatologista, que realizará um exame clínico para confirmar a presença da doença e iniciar o tratamento adequado. “É importante ficar atento a sinais como manchas na pele que causam coceira, ardor, descamação ou sangramento, pintas ou sinais que mudam de tamanho, forma ou cor, e feridas que não cicatrizam após quatro semanas”, alerta Irene.

Ela também enfatiza a importância de procurar orientação médica e seguir as recomendações para a prevenção. “Com a chegada do verão, muitas pessoas aderem a bronzeamentos, mas é importante alertar que o bronzeamento é uma reação da pele aos danos causados pela radiação ultravioleta (UV). A exposição ao sol pode danificar as células da pele, acelerar o envelhecimento e aumentar o risco de câncer. Por isso, não existe “bronzeamento saudável”, reforça a médica.

De acordo com a dermatologista, é essencial o uso diário de protetor solar com fator de proteção acima de 30, além de acessórios como chapéus, roupas com proteção UV e óculos de sol. Também é fundamental evitar a exposição solar intensa entre 10h e 16h. “Uma pele saudável é a chave para uma pele bonita”, conclui.

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