Na próxima segunda-feira, dia 14 de novembro, é o Dia Mundial do Diabetes, doença já conhecida pela maior parte da população, causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina – hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. A data foi criada para conscientizar sobre a importância do autocuidado. Muito se fala sobre as consequências que a doença pode acarretar para o corpo, mas um olhar mais atento mostra que os efeitos negativos podem ser ainda maiores; interferindo, inclusive, na fertilidade masculina.
O Brasil ocupa hoje o 5º lugar no mundo, em casos de diabetes. Isso resultou em 214 mil mortes apenas no último ano. Segundo a Federação Internacional de Diabetes, são 16,8 milhões de casos no país. Isso representa 7% da população. Nos últimos 2 anos, houve um aumento de 16% na incidência da doença no mundo e, com isso, os alertas só se ampliam.
“O que ainda não está claro para muita gente, é que além dos efeitos comuns já conhecidos, o diabetes pode interferir também na fertilidade – inclusive na masculina”, alerta o médico Fábio Vilela, do IVI Salvador. “A doença pode ter um impacto negativo na maturação, desenvolvimento e funcionalidade dos espermatozoides, consequentemente influenciando nas chances de alcançar a gravidez”, explica.
No caso de homens com diabetes, os espermatozoides tendem a envelhecer prematuramente. “Isso ocorre devido à alta concentração de espécies reativas de oxigênio no sistema reprodutivo, favorecendo assim o estresse oxidativo no ambiente do espermatozoide, que influencia diretamente na fertilidade masculina”, comenta o Dr. Manuel Muñoz, diretor do IVI Alicante, que fica na Espanha e integra o Grupo IVI.
Uma diminuição na fertilidade foi observada em homens com diabetes, sem que alterações significativas fossem encontradas no espermograma. Quase sempre, são homens com o diabetes mal controlado. Além disso, essas alterações na estrutura do DNA dos espermatozoides apresentam uma diminuição em sua capacidade de fertilizar, que, se progredida, pode levar à falha de implantação, aborto espontâneo ou aumento do risco de alterações genéticas transmitidas aos descendentes.
“Nesses pacientes, a capacidade de reparo do material genético pode estar comprometida, e há maior probabilidade de aumento do índice de fragmentação do DNA espermático, mesmo quando os parâmetros de concentração e mobilidade dos espermatozoides estão dentro dos limites da normalidade”, esclarece o médico.
Além do impacto direto nos espermatozoides, o diabetes mal controlado pode estar por trás de problemas relacionados a função sexual e a fertilidade, como disfunção erétil, distúrbios da ejaculação ou hipogonadismo (deficiência de testosterona com sinais ou sintomas associados), ou ambos.