Um dos nomes mais potentes da música afro-brasileira, mestre Neguinho do Samba será homenageado com a exposição “70 Anos Neguinho do Samba – Trajetória e Legado”, que acontece de 07 de junho a 05 de julho, na Casa do Benin – Espaço Tatassomba, no Pelourinho, em Salvador. A mostra é gratuita e pode ser visitada de terça a sexta, das 10h às 17h, e aos sábados, das 9h às 16h.
Com curadoria de Anderson do Samba, filho do mestre, a exposição apresenta um conjunto de registros fotográficos sensíveis e históricos, desde momentos emblemáticos até cenas do cotidiano, revelando a profundidade e a extensão da influência de Neguinho do Samba. Criador do samba reggae, ritmo que ressignificou o território do Centro Histórico e ecoou pelo mundo, ele foi responsável por transformar a música em um poderoso instrumento de afirmação cultural e resistência.
Com uma programação especial em homenagem à memória do mestre dos tambores, a cerimônia de abertura contará com performance e apresentação musical de seus filhos: a Iyálorixá, cantora, atriz e arte-educadora Nitorê Akadã, e o percussionista Anderson do Samba, idealizador e curador da mostra. A abertura terá ainda a participação especial de Mônica Millet junto ao grupo solista Qué Base.
A exposição fotográfica reúne registros históricos que evocam a memória e a identidade do legado de Neguinho do Samba, criador do samba-reggae e figura central na cultura afro-brasileira. O espaço Tatassomba — projetado por Lina Bo Bardi com inspiração na arquitetura do Benin — será o cenário dessa celebração.
As imagens, captadas por fotógrafos como Januário Garcia, Lázaro Roberto, Lúcia Correia Lima, Mara Mércia, Margarida Neide e Waky Hannah, revelam momentos marcantes da trajetória e do cotidiano do mestre, exaltando sua contribuição para a música, a arte e a ancestralidade afrodescendente.
Pela primeira vez, a cidade de Salvador presta homenagem a Neguinho do Samba no mês de seu nascimento, resgatando sua importância histórica como um patrimônio vivo afro-brasileiro. A mostra destaca não só sua trajetória artística, mas também a relevância social de sua criação, que ultrapassou fronteiras e consolidou-se como símbolo de resistência negra.
“A valorização de importantes nomes na construção da identidade brasileira, fazendo com que essas pessoas não caiam no esquecimento e no anonimato, é uma maneira de colaborar para que a história cultural brasileira seja preservada e perpetuada através das gerações”, afirma Renata Campos, produtora executiva da exposição.
Foto Margarida Neide