Dois meses de temporada de sucesso no Riom, ingressos esgotados em São Paulo, 17 atores, 8 músicos, 90 figurinos, um palco giratório de 6 metros de diâmetro, uma escada curva com sistema de travelling em volta do cenário e uma história universal: o humano, em especial das mulheres. Estamos falando de A COR PÚRPURA, O MUSICAL que chega à Salvador dias 05, 06, 07 e 08 de Março no Teatro Castro Alves, apresentado pelo Ministério da Cidadania e pela Bradesco Seguros e abrindo a programação do projeto Catálogo Brasileiro de Teatro da Fred Soares Produções, que nesta temporada comemora sua 21 Edição.
A COR PÚRPURA é um grande grito de liberdade”, explica o diretor e idealizador Tadeu Aguiar, responsável também pela encenação de Bibi, uma vida em musical e Quase Normal. Tadeu prioriza a interpretação como força motriz da cena. “Reforcei o caráter epistolar do romance, valorizei o ponto de vista da protagonista, tendo a figura do ator como principal instrumento condutor da história. A palavra é a grande força do espetáculo”, afirma o diretor.
Alice Walker foi a primeira escritora negra a ganhar o Pulitzer pelo seu livro A Cor que continua contemporâneo ao retratar relações humanas, de amor, poder, ódio, em um mundo pontuado por estruturais diferenças econômicas, sociais, étnicas e de gênero. A Cor Púrpura foi lançado em 1982. Com direção de Steven Spielberg, a obra foi adaptada para o cinema em 1985, recebendo 11 indicações ao Oscar. A transposição para musical ocorreu em 2005, na Broadway. Em 2016, houve uma nova montagem, rendendo à produção 2 prêmios Tony e o Grammy de Melhor Álbum de Teatro Musical.
Escrito há mais de 35 anos, A Cor Púrpura é um musical baseado em uma história passada na primeira metade do século XX, na zona rural do Sul dos Estados Unidos, com personagens típicos dessa região. “Mantive até alguns nomes que, na tradução do romance, ganharam versões em português. Mister, por exemplo, continuou sendo Mister, embora no romance tenha se transformado em Sinhô. Mas, apesar de ser um musical de época, fala muito de questões atuais, como a participação da mulher na sociedade, o papel da mulher numa relação amorosa, o machismo, o racismo… Não foi preciso adaptação alguma para o musical interessar à plateia brasileira. Ele, naturalmente, fala a qualquer plateia do mundo de hoje”, esclarece Artur Xexéo, responsável pela versão brasileira do texto e das letras.