Na manhã desta terça-feira (01/03), a mandata coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA) se manifestaram contra as ações da Polícia Militar do Estado da Bahia (PM), que assassinaram três jovens negros da Comunidade da Gamboa, durante operação realizada na madrugada desta segunda-feira (28/02) para terça. E, o ato de violência policial no domingo (27/02), quando policiais armados, agrediram um jovem negro, na entrada da Comunidade Solar do Unhão.

As ações da Polícia Militar nas comunidades periféricas tem sido cada vez mais letais, matando e agredindo negros e negras periféricos, vítimas do racismo e da violência policial do Estado. Os jovens Patrick Sapucaia, Alexandre Santos e Cleberson Guimarães, executados pela operação da PM, reafirmam os dados do relatório “A vida resiste: além dos dados da violência”, da Rede de Observatórios da Segurança, que considera a Polícia Militar da Bahia a mais letal do Nordeste e líder em mortes por chacinas. A co-vereadora da mandata, Cleide Coutinho, usou suas redes sociais para delatar o genocídio do povo negro e exigir providências.
_ “ Até quando vão invadir nossas comunidades e assassinar nossos jovens ? Queremos nossos filhos vivos! Eu, que já tive dois filhos mortos em razão da violência do Estado, sigo exigindo providências!”,_ publicou ela.

Em nota de repúdio publicada pela Articulação dos Movimentos e Comunidades do Centro Antigo de Salvador, foram reafirmadas a prática corriqueira e naturalizada contra os moradores da Gamboa, onde eles informam que a ação policial não foi em legítima defesa, pois não houveram trocas de tiros. A co-vereadora Laina Crisóstomo, também usou suas redes sociais, onde promoveu uma Live, a fim de denunciar o caso na Gamboa, o coroado em Pau da Lima e as diversas invasões da polícia com requinte de crueldade e violência nessas comunidades periféricas.
“Foram três vidas ceifadas em razão da violência policial desse estado que tem tido uma política extremamente violenta na perspectiva da segurança pública, e a gente segue questionando, quais são as respostas deste caso Rui Costa? Primeiro que se não tem carnaval, não tem carnaval para ninguém e a sensação que dá é que as festas privadas, as festas dos ricos, seguem fechadinhas com toda segurança e tranquilidade, mas as periferias estão sendo invadidas pela polícia com um processo de criminalização da cultura periférica, dos paredões, das ocupações das ruas, e para além disso, criminalização da nossa cor, enfim, da nossa condição social”, disse a parlamentar.

A execução na Gamboa, foi realizada sem um mandado de busca e apreensão, como determina a lei, que inclusive, removeram do local os corpos das vítimas, sem possibilitar a apuração dos fatos. As Pretas que tem atuado pela vida da população negra, repudiam a política genocida do estado, onde os corpos negros tem sido retirados da sociedade constantemente e exigem que a operação seja investigada e os envolvidos sejam responsabilizados.