O Teatro Vila Velha e o SESC São Paulo apresentam em Salvador, no Cine Glauber Rocha, o lançamento do filme da peça teatral “Uma leitura dos Búzios”, que será no dia 23 de janeiro, às 20h. O espetáculo, idealizado por Danilo Miranda e realizado pelo Sesc São Paulo, já teve três versões: primeiro esteve em cartaz por quase três meses no Teatro Antunes Filho (Sesc Vila Mariana), explorando os múltiplos olhares sobre as questões do Brasil contemporâneo, como o racismo, a manipulação da história, a presença da mulher negra e o diálogo com as raízes afro-brasileiras; depois circulou por cinco unidades do Sesc no estado de São Paulo. Também ganhou uma versão leitura cênica, durante o ciclo de comemoração de 59 anos do teatro. Agora, a versão filmada, que será lançada na ocasião, é uma realização do Sesc São Paulo.
A peça traz à cena gerações e trajetórias que reforçam a diversidade, explorando uma leitura do movimento político ocorrido em Salvador (BA), em 1798, conhecido como Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates. Inspirado nos ideais da Revolução Francesa e na Revolta de São Domingos, “a peça é um chamamento para a liberdade, independência, igualdade, decolonização e justiça”, como defende Meirelles.
O espetáculo, que foi registrado no filme, mescla elementos musicais, coreográficos, videográficos e textuais, e envolveu uma equipe técnica composta por mais de 100 profissionais. Com encenação de Marcio Meirelles, direção de movimento e coreografia de Cristina Castro, e direção musical e composição de João Milet Meirelles, o texto foi concebido por Mônica Santana – com a coordenação de pesquisa de Gustavo Melo Cerqueira. O filme “Uma Leitura dos Búzios” foi gravado durante a itinerância do espetáculo pelo Sesc Santos e tem direção e roteiro do produtor audiovisual e diretor Rafael Grilo e do próprio encenador Marcio Meirelles.
Durante a temporada, no Sesc Vila Mariana, que ocorreu do dia 18 de novembro até 12 de fevereiro, foram realizadas 49 apresentações, alcançando um público de 10.175 pessoas, além da participação de 6 escolas convidadas, envolvendo 270 alunos. Algumas dessas sessões contaram com recursos de acessibilidade, incluindo Audiodescrição e Libras.
O lançamento do filme integra uma série de ações, criações e colaborações com o selo “O Vila Ocupa a Cidade”, programa que mantém o Teatro Vila Velha atuante e presente, ao longo de 2024, em diversos outros teatros e espaços culturais, enquanto durar a reforma financiada pela Prefeitura de Salvador. O Vila continua a ser um espaço em constante experimentação, formação artística e diálogo com a sociedade, em suas mais diversas linguagens.
“Já que o prédio vai entrar em reforma para adequá-lo aos padrões atuais de acessibilidade e de segurança contra incêndio, e requalificação de suas instalações e equipamentos, vamos ocupar a cidade também fisicamente. Faremos desse momento um tubo de ensaio, um laboratório para construir uma política de acessibilidade ampla, que será anunciada muito em breve”, explica Márcio Meirelles, diretor artístico do Vila.
Durante toda a sua trajetória, o Vila vem prestando ininterruptamente serviços ao país, formando artistas, coletivos e estéticas, produzindo conteúdos inovadores, refletindo e debatendo questões urgentes da sociedade e construindo políticas culturais de inclusão e acesso, em parcerias com comunidades, instituições, grupos e festivais de diversos municípios, estados e países.
O Teatro Vila Velha conta com apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.
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