A temporada em Salvador de ”Fausto” vai até este domingo, 21 de julho,
às 20h, no Teatro Salesiano, e é a primeira ação de teatro do CCBB
Salvador na cidade. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia),
e podem ser adquiridos no site www.ingressodigital.com e na bilheteria do
Teatro Salesiano, sempre 2 horas antes do espetáculo.
Mesmo antes da abertura do Centro Cultural do Banco do Brasil no
Palácio da Aclamação, que passará por obras de requalificação, o CCBB
leva programação para importantes aparelhos culturais de Salvador.
O espetáculo Fausto foi escolhido como primeiro projeto do CCBB na
cidade por ser um clássico mundial que mantém sua contemporaneidade,
pela montagem icônica do Grupo Oficina, um grupo fundamental para a
formação do teatro brasileiro, que dialoga com produções da cidade. A
temporada conta com o apoio do Governo do Estado da Bahia, por meio da
Secretaria de Cultura.
Sobre Fausto
Encenada pela primeira vez na virada dos anos 1580 para os 1590, A
Trágica História do Doutor Fausto, de Christopher Marlowe, tornou-se um
marco do tema fáustico, um dos mais poderosos mitos literários da
modernidade. Fausto, que estreou no Sesc Pinheiros, em 2022, e, em abril
deste ano, cumpriu temporada no Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB,
em Belo Horizonte, com grande público, estreou em Salvador no dia 9
de julho. Concebida pelo ator soteropolitano Ricardo Bittencourt,
que volta a sua terra natal para interpretar Fausto, e pelo produtor
Luque Daltrozo, que produz a montagem, a partir de um desejo antigo de
Bittencourt, a peça se tornou a última direção de Zé Celso Martinez. Toda a
equipe de Fausto é formada por integrantes do Teat(r)o Oficina. Nesta
versão, a “Entidade” Fausto baixa no Brasil e se transforma numa Peça
Musicada de Teat(r)o Brasileiro.
É a partir desta obra elizabetana que Zé Celso e Fernando de Carvalho
adaptaram Fausto. O espetáculo se mantém fiel aos textos originais e à
estrutura de Marlowe, mas também é impactado pela antropofagia do teatro
vivo e quente de Zé Celso e Fernando Carvalho. Uma Tragikomédiaorgia
que trata da busca incessante pelo desejo de conhecimento, mostrando
ainda como a sociedade contemporânea vem lidando com temas que a
atravessam.
A lenda alemã trata de subjetividades do ser humano, a partir do
personagem que se encontra dividido entre as crenças e saberes medievais
e o conhecimento humano do período renascentista, conhecedor dos
segredos da Alquimia, da Astrologia, da Magia e da Vidência. A curiosidade
de Fausto o levou a lugares inimagináveis, a ponto de invocar o demônio
Mefistófeles para que atendesse todos os seus desejos em troca de sua
alma. Após o célebre pacto de sangue, Fausto segue seu destino e passa
por transformações, auxiliado por poderosas entidades, em sua busca pelo
conhecimento oculto.

O Demônio Mefistófeles, atuado por Leona Cavalli e Luciana Domschke,
acompanha Fausto em cena, vivido por Ricardo Bittencourt, durante toda
sua história. Marcelo Drummond interpreta Lúcifer Estrela da Manhã, Papa
Russo Ortodoxo e Getúlio Vargas. Sylvia Prado atua como a Maga Cornélia,
Dàmaris, a Artista Ruralista JuMayara e Helena de Tróia. Nos quadros
cômicos, Tony Reis é Robin, o Duque Grande Othelo e um Acadêmico da
USP. Guilherme Calzavara é Wagner, empregado de Fausto. Roderick
Himeros é o Mágico Valdez, o Imperador Faria Limer e um Acadêmico da
UFSC. Wilson Feitosa faz o Anjo Mal do Inferno, o Acadêmico Puritano,
Putin, Bigode o dono do Bar, o Cavaleiro Chifrudo, o Cavalo de Tróia e o
Acadêmico da UFBA. Gabriel Frossard faz o Anjo Bom do Paraíso, o
Acadêmico Puritano e o Belo Frade. Bia Id é cantora protagonista do Coro
da Travessia e a Duquesa Desdêmona.
A Banda Musical do Coro Travesso é orquestrada ao vivo pelo Maestro Felipe
Botelho, Ito Alves (percussão), Guilherme Calzavara (sopros e percussão),
Wilson Feitosa (sanfona e guitarra), Sylvia Prado (percussão), Roderick
Himeros (violão) e Bia Id (cantos e teclados). Figurinos de Kelly Siqueira.
AudioVisual de Ciça Lucchesi e Igor Marotti. Iluminação de Luana Della
Crist. Sonoplastia de Ludi Lucas.
Fausto, por uma série de sincronicidades, tornou-se uma grande
homenagem a Zé Celso e a todo os integrantes que fizeram do Teat(r)o
Oficina um norteador das Artes Cênicas no Brasil e no mundo.

Fotos: Jennifer Glass.