A Tecnologia 5G tem estado no debate nacional nos últimos meses. Em junho, ao assumir o Ministério das Comunicações, Fábio Faria citou a importância de implementar o 5G, que, segundo o ministro, representa a futura geração de telecomunicação móvel, com impacto significativo na economia e no acesso ao conhecimento. Operadoras de telefonia no Brasil já começaram a fase de testes para uso do serviço nos telefones. As mudanças provocadas pela implementação devem ser muitas, apontam os especialistas, e entre elas está a possibilidade de conexões muito mais rápidas.
O 5G é a evolução das tecnologias anteriores (3G e 4G) – portanto a mais nova geração de rede de internet móvel – e promete mais velocidade de conexão nos celulares, maior velocidade de downloads e estabilidade nas conexões, além de outras aplicações na sociedade, como objetos da casa conectados. Na prática, isso ajudaria, por exemplo, a reduzir muito o tempo de download de arquivos pesados, como filmes, ou o fim de interrupções em vídeos por falhas na conexão. Em videochamadas – tão comuns durante o isolamento social – a expectativa é de imagens mais limpas e regulares. Mas a possibilidade de atuação é muito mais ampla: uma conexão sem falhas atua automaticamente na modernização dos mais diversos processos em setores diferentes da sociedade. A internet 5G pode ser pelo menos 100 vezes mais rápida que a geração anterior.
Uma rede de internet mais eficiente gera, de imediato, impactos na economia, acredita Camila Quintella, engenheira e diretora da Teletalk – empresa baiana de Tecnologia e Telecomunicações. “Quando você tem a possibilidade de ter objetos, máquinas conectadas, há um dinamismo no trabalho, maior eficiência nos processos. Você moderniza a indústria, moderniza o trabalho. A internet 5G contribui para a criação de cidades inteligentes, e as possibilidades que surgem a partir disso são muitas. Cidades conectadas indicam, por exemplo, saber em tempo real o horários de trens e ônibus. Você tem um grande volume de informações coletadas em tempo real que podem auxiliar a construir caminhos positivos para o dinamismo das cidades, dos escritórios, das casas”, defende. Por isso, ela acredita que o 5G será um divisor de águas para a tecnologia e para a sociedade.
Para fazer o uso da tecnologia será necessário ter um smartphone compatível com o 5G, o que não acontece com os modelos tradicionais disponíveis no Brasil e a expectativa é de um preço mais alto para esses aparelhos. Mas já há lançamentos no mercado aptos para receber a tecnologia. “Acredito que haverá esse primeiro momento que é de adaptação e entendimento da tecnologia. São poucos aparelhos disponíveis com essa tecnologia no Brasil e o que existe você só consegue utilizar a internet 5G nos países em que a tecnologia está disponível. Mas acredito que a tendência é uma diminuição no preço a medida em que for ganhando larga escala”, prevê Camila.
A implementação da tecnologia no Brasil depende do Leilão da Anatel, que aconteceria neste ano mas foi adiado para 2021 em virtude da pandemia. O leilão vai definir as faixas planejadas para a operação nacional e regional do 5G, e quais empresas poderão operar o serviço.