Como acontece com boa parte dos grupos pelo mundo, o Flerte Flamingo começou com um encontro de amigos que, com o desejo de produzir música, deram o pontapé para um projeto que já começa a colher frutos. O resultado são dois EPs produzidos e novidades que não param de surgir. O disco mais recente, que acaba de ser lançado, reflete o momento de amadurecimento musical dos jovens. Do início até agora, são três anos desde o primeiro encontro, mas apenas um ano e meio desde que começaram a respirar a música com mais intensidade. “A gente quando se encontrou, não teve pressa para se apresentar. Nunca tivemos pressa de dar ao povo nosso ‘primeiro som’. Por isso, buscamos nesse primeiro momento, encontrar nossa sonoridade, uma verdade que representasse a gente; e só demos o novo passo quando nosso som nos agradava, nos fazia sentir em casa. Tudo foi feito com muita cautela, pensando no público”, explica Rodrigo Santos, guitarrista.
O novo trabalho, que já está disponível em todas as plataformas digitais de streaming de áudio, traz faixas que mostram um passeio pelo universo da música brasileira, com influências do samba, samba reggae, pop rock; mas também com muitas referências estéticas de artistas nacionais e internacionais. “O Flerte começou de cara limpa, sem um objetivo específico; a não ser o de fazer o nosso som. Nossa premissa era fazer o autoral, com a gente trazendo composições e colocando nos ensaios. Esse início foi bem natural, sem pretender já começar como sendo algo de um gênero definido e o processo de identificação de estilo vem acontecendo também muito naturalmente”, conta Leonardo Passovi, vocalista.
“Calhou que com esse ano mais intenso, de mergulho na música, nos identificamos mais com o samba, com a estética nova dele. Mas tocamos um som que não está preso a amarras”, explica Bernardo Passos, percussionista. O novo EP, batizado de “Postura e Água Fresca”, foi produzido por Paulinho Rocha, conta com a mixagem e masterização de Kesser Jones, do Estúdio Lagoa Grande e foi lançado pelo selo Satellite Music – selo que visa fomentar a cena musical independente em Salvador. Além do disco, que vem carimbar essa fase do grupo, o Flerte Flamingo já começou a mostrar seu talento pelos palcos de Salvador.
Desde abril de 2017, a banda iniciou uma sequência de shows que se segue e vem a cada dia agregando público. O grupo já passou pela Praia do Forte, no Litoral Norte baiano; e também em espaços de Salvador, como o Jack Navalha, o Banhof e o antigo Irish Pub. Participou ainda do Sofar Sounds, uma iniciativa londrina de shows secretos, que se alastrou pelo mundo e tem acontecido também em Salvador. No caso da Flerte, a apresentação foi no bairro do Rio Vermelho. Pelo conceito do projeto, as pessoas se inscrevem na internet para serem convidadas para um show secreto. A lista de atrações não é revelada até o início do evento, e a banda só conhece o público na hora. O mesmo ocorre com a localização do show, que só é anunciada no dia anterior. A banda foi também, nesse período, finalista do Festival de Música Universitária de Salvador (MUSA 2017), com apresentação no Parque da Cidade. Aliado a tudo isso, o EP foi o segundo mais votado na enquete de “melhor disco baiano de 2017”, através de uma pesquisa feita pelo site El Cabong.
Representante da chamada Nova Música Brasileira, a Flerte Flamingo leva seis músicos para os palcos e busca agregar a cada instante, com novidades à sua sonoridade. No show, o grupo apresenta músicas autorais, com elementos que remetem ao romantismo, sem, entretanto, perderem o ritmo dançante. Além disso, são composições atemporais, que cabem em qualquer época. Além das autorais, os meninos apresentam versões muito particulares de músicas que fazem parte do seu imaginário, trazendo para os shows, uma mescla envolvente. Tudo isso para poder apresentar, sempre, para o público, uma música fruto de uma linguagem muito pessoal, com influências que estão na música da Bahia, do Brasil e também do mundo.