A próxima edição do Circuito de Arte Perini expõe os quadros do pintor argentino Guillermo César Gómez, de 1 a 30 de novembro, no Boulevard da Graça. Natural de La Rioja, Goméz retorna à galeria com um conceito de universalidade nas obras, resgatando da história diferentes movimentos artísticos de produção, principalmente o estilo realista clássico da pintura renascentista do século XV, além do barroco, impressionismo, entre outros.

 

Pontua, no entanto, não se tratar de uma mera reinterpretação, as criações também possuem influência da arte moderna. Com isso, tenta abordar aspectos do mundo globalizado e exemplifica contando que tempos atrás, se houvesse a curiosidade de conhecer a cultura de outro país, era preciso se debruçar sobre os livros, consumindo muito tempo. Hoje ficou mais fácil de se comunicar e conectar com outras culturas, “basta dar um Google”, como diz. Para ele a arte é “diálogo com outras épocas, outros momentos da história”.

 

Feita em madeira e com tinta acrílica, suas criações expressam diferentes maneiras de conceber a realidade ou a natureza de forma imitativa, podendo ser confundida com o naturalismo. Para o artista não interessa entender o quadro e, sim, senti-lo. “A arte não é entendimento, é emoção. Quando você vê uma pessoa bonita na rua não diz que ‘não entendeu’. Gosta ou não gosta”.

 

Gómez conta que o interesse pela arte despertou na infância, mas o pontapé se deu em um dia comum ao se deparar com a imagem de uma obra de Michelangelo na rua. Aos 56 anos, graduado na Faculdade de Ciências Econômicas de Mendoza, o artista exibiu em várias salas de Buenos Aires e Mendoza, na Argentina, mas também tem trabalhos na Itália, Alemanha, e já apresentou quadros no Farol da Barra, em Salvador.

 

Doze pinturas estarão disponíveis para venda e visitação no Circuito de Arte Perini. Marinheiro de segunda viagem, o pintor elogiou a iniciativa da Perini por dar mais autonomia ao artista, maior diálogo com o público e ser menos burocrático.  Segundo ele, o preço de suas peças é mais simbólico, para cobrir os custos: “eu não tenho um preço, não sou um comerciante da arte”.