Segunda causa de cegueira no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o glaucoma afeta cerca de 900 mil pessoas no Brasil. Trata-se de uma doença grave, cuja perda – irreversível – do campo visual somente é percebida em estado avançado, quando pode já ter comprometido entre 40% e 50% da visão. Por ser um vilão silencioso, o diagnóstico e o tratamento precoce são fundamentais para conter o desenvolvimento dessa patologia. Pensando nisso, a causa mobiliza profissionais e instituições de saúde na campanha Maio Verde, que tem seu dia D, o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, em 26 de maio.
“A doença tem como característica não apresentar sintomas, ou seja, na maioria das vezes o paciente não sente nada, podendo levar meses ou até anos para que venha notar alguma alteração no campo de visão. Por isso, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais”, explica a oftalmologista, Dra. Mônica Mayoral, especialista em glaucoma do DayHORC, empresa do Grupo Opty. Ela ainda reforça que, mesmo em tempos de pandemia, quem tem o problema diagnosticado, não pode deixar de lado o tratamento e o acompanhamento médico.
A oftalmologista conta que o glaucoma é uma doença degenerativa – e não contagiosa – que afeta o nervo óptico. A doença tem como principal fator de risco o aumento da pressão intraocular (dentro dos olhos), mas essa não é a única causa. “É importante esclarecer que o termo ‘glaucoma’ não é sinônimo de pressão ocular elevada, ou seja, a doença pode ocorrer mesmo com níveis normais de pressão intraocular. Outros fatores que devem ser considerados são: idade avançada, história familiar de glaucoma, miopia elevada, diabetes e raça negra”, comenta Dra. Mônica Mayoral.
“Deve-se sempre ter hábitos de vida saudáveis e atentar para o uso indiscriminado de colírios compostos por corticoides, facilmente adquiridos nas farmácias e que podem causar glaucoma de difícil controle”, alerta a oftalmologista. No Brasil, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, o glaucoma atinge de 2% a 3% dos indivíduos, acima de 40 anos. A estimativa é de um crescimento de 50% nos próximos 5 anos.
Para Dra. Mônica Mayoral, a mudança na pirâmide etária, com o envelhecimento da população, favorecerá o aumento não somente do glaucoma, mas também de doenças como o diabetes, que impactam de forma semelhante na visão e qualidade de vida do paciente. “Por outro lado, os avanços científicos e tecnológicos caminham em uma velocidade cada vez maior, e a cada ano novas modalidades terapêuticas surgem com o intuito de detectar precocemente a doença ou a retardar a progressão da doença”, diz a oftalmologista.