Com 2.900 m² de área construída, o novo parque tecnológico reúne laboratórios com algumas das estruturas mais avançadas da América Latina para ampliar pesquisas de ingredientes da biodiversidade brasileira e impulsionar o desenvolvimento de produtos inovadores.
A Natura comemorou, nesta terça-feira (24), a abertura de seu novo Centro de Inovação, que expandirá a capacidade científica da companhia para aprofundar seus estudos de ingredientes naturais com foco na biodiversidade brasileira. Localizado em meio à natureza exuberante da sede de Cajamar (SP), o novo parque tecnológico, um dos mais avançados da América Latina, foi apresentado às comunidades científica e acadêmica, autoridades governamentais, jornalistas e formadores de opinião em um tour virtual, o primeiro realizado pela Natura.
O empreendimento, que consolida a posição da empresa na vanguarda da inovação em cosméticos com ingredientes naturais, reúne laboratórios e equipamentos distribuídos ao longo de quatro andares e conectados por uma torre de armazenagem. A tecnologia aumenta a eficiência dos estudos ao facilitar o armazenamento e manuseio de protótipos pelos pesquisadores, que agora serão capazes de manejar mais de 2 mil exemplares ao mesmo tempo. A torre também garante o sigilo dos itens para estudo, manipulados unicamente pela equipe de P&D a partir de um check-out eletrônico, sistema de login que permite rastrear os estudiosos responsáveis tanto pela armazenagem quanto pela movimentação de qualquer material.
Outra novidade é a tecnologia plug and play, conceito de customização da infraestrutura física que permite ao espaço readequar diferentes configurações de maneira imediata: as bancadas são móveis e a infraestrutura é aérea, o que aumenta a flexibilidade para atender diferentes processos de desenvolvimento de produtos, bem como internalizar rapidamente novas tecnologias, reduzindo o tempo de entrega das inovações.
“Queremos estar prontos para assimilar rapidamente qualquer inovação com potencial de gerar impacto positivo em nossos processos e nos mantermos na vanguarda. Com equipamento disponíveis apenas nos maiores centros de pesquisa do mundo, o novo Centro de Inovação alavanca a inovação e o desenvolvimento de fórmulas naturais com ingredientes seguros, potentes e exclusivos da biodiversidade brasileira, especialmente amazônica, sem a utilização de testes em animais para a comprovação da segurança e eficácia de nossos produtos”, explica Roseli Mello, head global de P&D da Natura.
Entre os benefícios do novo empreendimento, se encontram a redução do tempo de prototipagem, melhor gestão do conhecimento e uma grande otimização de fluxos de trabalho. “A beleza do Centro de Inovação é que passa a integrar décadas de inteligência e tecnologia da Natura para gerar, com maior eficiência e em menor tempo, mais valor para a sociedade, o que jamais ocorre de maneira isolada”, acrescenta Roseli. A executiva reforça que, nesse sentido, o conceito de inovação aberta é um dos norteadores do projeto do novo Centro, que, a partir de agora, expande o potencial de cocriação de fórmulas e embalagens, assim como testes de protótipos.
Pensando nisso, o segundo andar abriga o espaço maker e salas para realização de encontros e hackatons, o que permitirá a consultoras e consumidores participar in loco de processos de elaboração, amadurecimento e aperfeiçoamento de protótipos. “Neste novo parque tecnológico, os convidados podem ser recebidos em um ambiente com formato de arena, que pode ser conectado com outros times de P&D sediados em diversas partes do mundo”, afirma Andrea Alvares, vice-presidente de Marca, Inovação, Internacionalização e Sustentabilidade da Natura. “A Natura é uma empresa que acredita e investe na ciência e na natureza há muitos anos e tem um compromisso com a geração de valor para a sociedade. Esse é nosso grande diferencial. O Centro que inauguramos é um testamento a essas crenças que guiam nosso trabalho e que nos inspiram a seguir na vanguarda de inovação ligada à natureza, preservando-a e sendo constantemente inspirados por ela”, complementa.
Andrea relembra que a empresa já atua com inovação aberta há cerca de 20 anos em colaboração com uma rede de parceiros globais. Nos últimos cinco anos, esse ecossistema passou a contar com 575 organizações, como empresas, universidades, centros de pesquisa, agências de fomento, startups entre outras. “Com as novas estruturas, podemos ampliar ainda mais o nosso potencial de estabelecer projetos conjuntos”, completa.
Os dois últimos andares abrigam equipamentos de última geração para conhecer em profundidade a vocação dos ativos e os processos da natureza, suas estratégias e soluções, para transformar o conhecimento em ciência aplicada aos produtos, com máxima performance. O quarto andar, que já havia sido inaugurado em 2019, foi totalmente readaptado para barrar o contágio e cuidar de sua rede durante a pandemia. Para isso, a empresa reduziu a circulação diária de pesquisadores, intensificou a recorrência de sanitizações e reforçou o uso de EPIs, entre outras medidas preventivas. Os sistemas nativos de filtração de ar e pressão negativa dos ambientes também deram maior segurança para que as equipes pudessem seguir conduzindo atividades essenciais.
É nesses espaços que ocorre o desenvolvimento de novos ingredientes naturais, cujo processo começa com a bioprospecção na floresta e o estabelecimento da cadeia produtiva sustentável das espécies selecionadas, passando por processos de extração que seguem os princípios da química verde, até chegar à comprovação pré-clínica dos ingredientes ativos nestes laboratórios, usando pele 3D, por exemplo.
Entre os equipamentos de ponta utilizados nesses processos estão sequenciadores de DNA, biorreatores (para transformação de células, enzimas ou microorganismos) e cromatógrafos gasosos e líquidos, que separam, identificam e quantificam compostos de óleos essenciais e bioativos. Uma das últimas aquisições da empresa foi um cromatógrafo acoplado a um acessório que consegue absorver o cheiro do ar e identificar quimicamente os compostos presentes no aroma. “Com isso temos inúmeras possibilidades de criação, como, por exemplo, recriar o cheiro de uma floresta. O equipamento também permite estudar a duração de um perfume e conhecer as notas de saída, corpo e fundo”, acrescenta Roseli.
Outro equipamento de alta sensibilidade é o espectrofotômetro de massa, capaz de identificar compostos que estão presentes em quantidades muito pequenas e que podem possuir benefícios para o consumidor. Com esta técnica, a Natura descobriu ao longo dos anos mais de 40 compostos inéditos com propriedades biológicas exclusivas.
Entre as inovações de destaque se encontram a pesquisa de benefícios de ativos como Ucuuba, altamente hidratante, e embalagens feitas 100% de PET reciclado, na linha Ekos; uso de prebióticos, como os presentes nas linhas Chronos e Tododia, além de ideias disruptivas como a aplicação da tecnologia pró-teia dos produtos da linha Lumina, para força e resistência do fio capilar.
Atualmente, o time de P&D da Natura reúne 253 colaboradores e o valor aplicado pela empresa em inovação, todos os anos, é de cerca de 2,4% de sua receita líquida. Apenas em 2019, foram lançados 330 produtos e publicadas 27 patentes. No ano passado, o Índice de Inovação – participação da venda de produtos lançados nos últimos 24 meses sobre a receita bruta total do ano – alcançou 58,4%, mostrando o impacto das inovações no negócio.