#blacklivesmatter
É assim que os artistas Elmir Matheus (Rio de Janeiro) e Rafael Bulhões (Salvador) resumem a concepção e execução da performance Duo PB. Eles se uniram em 2017, para criar uma intervenção urbana cujo o cenário era o Rio de Janeiro, em que trariam questões incômodas para ambos. O racismo e a homofobia sempre foram evidentemente incômodos. O desafio era transformar em símbolos a visão dos artistas do que seria um mundo ideal. “Com respeito, acolhimento, empatia e criatividade com certeza” afirma Rafael.
A performance vive no espaço dos símbolos, portanto há objetos cênicos que representam a paz (a rosa branca), há uma instalação cênica feita pelos próprios artistas, num processo lento e confuso de amarrar bexigas numa garrafa de vidro transparente, há uma pintura corporal mútua até vir o símbolo do Yin Yang, que representa a completude entre os homens. Há liberdade e toque entre eles. Estes desenhos são marcados pelos corpos dos atores que dançam uma coreografia de contato-improvisação até seus corpos misturarem suas cores (ou ausência delas).
Duo PB passou pelas praças do Méier, Centro Cultural Laurinda Santos Lobo (Santa Tereza), Cinelândia, Templo Glaber (n existe mais), PA, BSB, Vista Chinesa, São Paulo e Salvador. Na pandemia os atores divulgam o link da performance que aconteceu em março de 2018 no Sesc Campo Limpo em São Paulo, que está disponível na plataforma YouTube para poder ser vista em casa.
Rafael passa um chapéu virtual, para colaborar, basta chamar ele na direct @rbuuh e contribuindo com $15 ele vende ingressos solidários para ver Devir Gazela, solo este interpretado por ele mesmo, para quando voltarem os espetáculos; ele está esperançoso com a possível vacina da Covid, não é cientista mas acredita que em um ano as coisas devem se novo-normalizar e os teatros devem reabrir com novos protocolos de segurança. Enquanto isto, a gente usa máscara.
Elmir Matheus é bacharel em Interpretação Teatral pela UFBA e Rafael Bulhões é bacharel em Atuação Cênica pela Unirio.