O Billabong Pro Pipeline abriu a temporada 2022 do World Surf League Championship Tour em um cenário perfeito no Havaí, com Sol e um mar clássico com tubos de 8-10 pés para a estreia dos melhores surfistas do mundo. A “seleção brasileira” começou bem, com sete avançando para disputar classificação para as oitavas de final na terceira fase e apenas um sendo eliminado no sábado. Os dois participantes do Peru passaram pela repescagem e, também, seguem na briga pelo primeiro título do ano. A batalha prossegue hoje, no Havaí, às 15h00 no Brasil, com transmissão ao vivo pelo WorldSurfLeague.com, Globoplay e GE.Globo.com.

O campeão olímpico Ítalo Ferreira conquistou a primeira vitória brasileira do ano, no quinto confronto do sábado em Pipeline. Antes dele, o australiano Connor O´Leary e o havaiano Barron Mamiya tinham surfado tubos incríveis, fazendo as marcas a serem batidas no campeonato. Aí o mar deu uma acalmada, justamente nas baterias de estreia dos principais cabeças de chave do Billabong Pro Pipeline, Ítalo e o número 1, Filipe Toledo.

Ítalo venceu esta etapa do Havaí, em 2019, derrotando Gabriel Medina na final que decidia o título mundial daquele ano. Ele chegou a trocar de prancha e conseguiu achar alguns tubos rápidos para superar o novato australiano Callum Robson e o peruano Miguel Tudela, que ficou em último. Tudela se recuperou bem na repescagem e vai voltar a enfrentar Ítalo Ferreira na terceira fase. Os dois são patrocinados pela Billabong e o duelo vai valer a quinta vaga para as oitavas de final.

“Eu tenho ótimas memórias aqui de Pipe e é muito bom estar de volta”, disse Ítalo Ferreira. “Foi um pouco difícil de encontrar ondas boas, mas estou feliz por ter passado. Eu estava bem ansioso antes da minha bateria e acabei caindo na primeira onda. Fiquei mais nervoso e também não dormi muito bem a noite passada, por causa de ansiedade. Mas, agora o foco é manter a calma para pegar as melhores ondas na próxima”.

O campeão mundial de 2019 e número 3 no ranking da World Surf League de 2021 dominado pelos brasileiros, com Medina conquistando o tricampeonato e Filipe Toledo sendo vice-campeão mundial, também respondeu sobre ter o havaiano Shane Dorian, ex-competidor da elite do CT, como técnico: “É muito importante ter pessoas como o Shane te ajudando. E nem é sempre sobre o surfe, pois tem o lado psicológico também para te colocar com a mentalidade certa, então estou bem feliz com esse apoio”.

Filipe Toledo estreou na bateria seguinte a do Italo Ferreira, junto com um estreante na “seleção brasileira” da WSL, Samuel Pupo. Foi mais uma disputa fraca de ondas, com poucos tubos bons. O havaiano Ivan Florence, irmão mais velho do bicampeão mundial John John e local de Pipeline, entrou na primeira onda, sofreu uma queda terrível que partiu sua prancha e não surfou mais nada depois. Samuca achou um tubo rápido e liderava a bateria, até Filipe surfar um também e completar a onda com um aéreo full-rotation, que não é muito comum em Pipeline.

“Eu acho que é uma das melhores ondas do mundo pra dar aéreo (risos). Pelo menos, foi isso que o Nathan Fletcher (especialista em aéreos) falou”, respondeu Filipe Toledo, quando perguntado sobre o aéreo que valeu a vitória. “A bateria foi meio lenta de ondas, porque só rolou uma série grande no início. Mas, pra mim foi bom porque não pude surfar esses últimos dias. Tive problemas com meu visto, só consegui no dia 24. Aí foi aquela correria de voltar pra casa (na Califórnia), pegar as pranchas, deixar as crianças e chegar aqui a tempo. Foi bem estressante, mas estou mais aliviado agora, depois de ter avançado”.

O atual vice-campeão mundial também comentou sobre a nova temporada que está se iniciando e sobre o fato da decisão do título no Rip Curl WSL Finals ser novamente em Trestles, onde ele mora na Califórnia: “Estou me sentindo superbem e o calendário de eventos está incrível. Tem umas etapas novas, o WSL Finals de novo em Trestles, mas não dá para pensar muito lá na frente. Ainda preciso passar do corte do meio da temporada (ficar entre os 22 primeiros do ranking após a quinta etapa), para depois focar em chegar nos Top 5 que vão pra Trestles. Mas, tudo começou hoje, com a primeira vitória do ano”.

O havaiano Ivan Florence depois passou pela repescagem e vai voltar a competir contra Filipe Toledo, na nona disputa por vagas nas oitavas de final do Billabong Pro Pipeline. Já Samuel Pupo terá um duelo brasileiro com Deivid Silva na 15.a e penúltima bateria da terceira fase. Isso também vai acontecer com outros países, com Kelly Slater enfrentando o também norte-americano Jake Marshall na segunda, na décima tem um confronto havaiano entre Seth Moniz e Ezekiel Lau, na 14.a um australiano do Ethan Ewing com Callum Robson e a terceira fase termina com os dois únicos participantes da África do Sul, Jordy Smith e Matthew McGillivray.