Uma Cartilha Digital, ilustrada, lúdica, que conta a história da formação do bairro do Dois de Julho e sua relação com um dos esportes mais populares do nosso estado, a capoeira. Esse o principal resultado do projeto Vadiando no Dois de Julho, que desde dezembro promoveu oficinas de capoeira e trouxe à tona, a discussão sobre a maior presença da modalidade no dia a dia das pessoas, bem como o maior apoio – institucional e financeiro – aos grupos que a perpetuam. O lançamento dessa cartilha vai ser realizado nesta terça-feira, dia 27 de março, e integra a programação comemorativa ao aniversário de Salvador. Nos dias 27 e 28, a partir das 18 horas, os organizadores do projeto irão promover, no Museu Casa do Benin, no Pelourinho, apresentações, exibições de vídeos que mostram como foram as oficinas, além de apresentarem a cartilha ao público. O evento nesses dias é aberto e de acesso gratuito. O projeto tem patrocínio da Fundação Gregório de Matos (FGM), apoio do Centro de Estudos Afro Orientais – CEAO/UFBA e do comércio local.
A cartilha – resultado de uma pesquisa realizada pelo Contramestre Sem Terra, cientista social e etnógrafo – remonta fatos que aconteceram desde a década de 50, quando circulavam pela região capoeiristas importantes, como os carregadores Barandão, Chico Diabo e Barbosa, que trabalhavam no Jardim das Flores; Aleixo Açougueiro, que vendia carne na Rua do Cabeça; o guarda Alemão e diversos outros. Além de falar de personagens que marcaram a história, a cartilha vai contar ainda fatos curiosos sobre pontos turísticos de Salvador que ficam na região, como a famosa Ladeira da Preguiça e o Clube Fantoches da Euterpe. “A cartilha mostra que o Dois de Julho é lugar de moradia, trabalho, comércio, arte, cultura, boemia e resistência, além de abrigar, até hoje, diferentes famílias e propostas de capoeira. Nessa imersão, o bairro ganhou muito ao destacar sua diversidade e ação cultural”, conta Luís Alencar, idealizador do projeto.