O Dia da Visibilidade Trans, celebrado no dia 29 de janeiro, será marcado por diversas atividades promovidas pelos movimentos LGBTQIA+ em diversas partes do Brasil. Em Salvador, o Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBT da Bahia (CPDD-LGBT), ligado à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS), irá promover ações para marcar a data na capital baiana.
Na programação, constam lives, debates, ações de abordagens e acolhimento de pessoas transexuais. Além disso, as equipes jurídica, psicológica e de serviços sociais do CPDD-LGBT irão realizar ações voltadas para as pessoas transexuais assistidas pelo Centro, na Barra e nas redes sociais. As atividades on-line irão acontecer no perfil @CPDDBahia no Instagram. As ações tiveram início no último domingo (24), com o show da artista transexual Vanuza Alves, no palco do Bar Âncora do Marujo, na Carlos Gomes.
O show, como definiu a própria Vanuza, “é um ato de resistência, e também palco para reflexões dos desafios enfrentados pelas pessoas transexuais. O 29 de janeiro é um dia para celebrarmos as nossas lutas e vitórias, e ao mesmo tempo, cobrar dos governantes, políticas públicas para nós, transexuais. Eu sou artista transformista, segurança e balconista, e isso é uma conquista. Muitas iguais a mim estão fora do mercado de trabalho e da escola”, revelou Vanuza.
Fechando a programação, no dia 29 de janeiro será realizado um ato inter-religioso na plataforma Zoom, com participação de membros religiosos, que farão a benção e mediarão reflexões sobre o dia, com pedido de respeito e mais amor.
Para Renildo Barbosa, coordenador do CPDD-LGBT, essa data é fundamental para reflexões e reivindicações por respeito, trabalho e combate diário contra a transfobia, em todos os segmentos. “O 29 de janeiro é uma data fundamental para o movimento pelo Brasil, e aqui no CPDD também, pois vamos estar sempre de olho em toda forma de transfobia, e por meio da nossa equipe, do jurídico ao serviço social, buscar sempre caminhos para atender as pessoas transexuais e travestis, e também reivindicar, juntos às empresas, a inclusão da população trans em postos de trabalho. Janeiro é o marco, porém é preciso uma luta constante para a construção de políticas de inclusão e combate à transfobia. Não podemos nos silenciar diante deste cenário que vive a população trans no Brasil”, pontuou Renildo.
Para Dan Ferreira, homem trans, o CPDD-LGBT é o espaço onde ele encontrou o apoio que não tem na família. Dan foi posto para fora de casa após assumir sua identidade de gênero. “Aqui estou em casa e encontrei o apoio que preciso. Vivo uma luta diária, pois minha família me botou para fora de casa e isso não foi fácil para mim. Estou desempregado e para sobreviver vendo balas no sinal. A ajuda psicológica, jurídica e as cestas básicas oferecidas pelo CPDD-LGBT é o que tem feito a diferença em minha vida”, conta ele.