Ao ouvir falar em cirurgia robótica, a maioria das pessoas que tem alguma ideia do que ela seja costuma associá-la à cirurgia de próstata, porque foi nesse tipo de tratamento que a técnica revelou, inicialmente, suas vantagens. Contudo, o robô que chegou a Salvador este ano também pode favorecer o tratamento de tumores que atingem outros órgãos, como o rim. A visão tridimensional e mais nítida, além da liberdade e delicadeza de movimentos proporcionadas pela tecnologia, dão ao médico mais precisão durante o procedimento. Além disso, a utilização do robô representa menos riscos de complicações, menor dor no pós-operatório e recuperação mais rápida para o paciente.

O câncer de rim é uma doença agressiva que exige tratamento imediato. De acordo com o uro-oncologista Nilo Jorge Leão, o tumor é muito resistente a outras terapias como radio e quimioterapia e, por isso, a forma habitual de tratar a doença é por meio de cirurgia. “Operar de forma minimamente invasiva, ou seja, através de cirurgias com cortes pequenos – videolaparoscopia ou cirurgia robótica – é sempre melhor, sobretudo pela recuperação mais rápida”, frisou o médico.

Há algum tempo, a remoção completa do rim era a primeira opção para a maioria dos pacientes que tinha um tumor no órgão. “A nefrectomia parcial era indicada apenas para tumores muito pequenos. Hoje em dia, a cirurgia robótica permite, em muitos casos, remover toda a lesão de forma precisa, preservando o restante do rim. O método garante, ainda, menor risco de hemorragias”, explicou Nilo Jorge. Já existem estudos garantindo os ganhos da nefrectomia parcial para a qualidade de vida do paciente. Pesquisas relacionam a nefrectomia total à insuficiência renal crônica, diabetes e doenças cardiovasculares