A 7ª Semana Nacional de Educação Financeira, que acontece até o dia 29 de novembro, nos faz refletir sobre o quanto é fundamental estimular a população a desenvolver conhecimento financeiro e a adotar, desde muito jovens, o hábito do planejamento. O tema “Resiliência financeira: como atravessar a crise?” não poderia ser mais oportuno, uma vez que estamos vivendo tempos que nem mesmo os experts em mercado foram capazes de prever, um cenário que impactou o mundo não só na saúde, mas também no aspecto socioeconômico. De toda forma, momentos de adversidade também são oportunidades únicas de aprendizado, de reinvenção e inovação. E nesse contexto, a educação financeira faz muito sentido.
Em 2017, o Conselho Nacional de Educação, apoiado pelo Ministério da Educação, estipulou que a educação financeira passasse a fazer parte da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que guia educadores sobre o conteúdo mínimo que deve ser ensinado nas escolas, desde a educação infantil até o ensino médio. A recomendação, que propõe uma adaptação por parte da rede de ensino até o final deste ano, entende que a disciplina seja abordada de forma transversal pelas escolas. Ou seja, a ideia é que, além de constar no conteúdo da sala de aula, o tema também seja abordado em ações e projetos especiais.
Para a Associação de Educação Financeira do Brasil, a AEF-Brasil, este é um importante movimento, pois preparará as futuras gerações para o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias para lidar com as decisões financeiras que tomarão ao longo de suas vidas. De acordo com pesquisa feita pela Serasa Consumidor em parceria com a Serasa Experian no ano passado, um em cada três estudantes afirmou ter aprendido a importância de poupar dinheiro depois de participar de projetos de educação financeira.
É evidente que as instituições de ensino são fundamentais para o desenvolvimento dessa consciência nos futuros cidadãos. Porém, isso não exime o papel dos pais como estimuladores e exemplos a serem seguidos. Estudiosos do universo infantil dizem que é por meio do comportamento dos adultos que o conhecimento é absorvido pelas crianças. Isso envolve desde o consumo consciente de recursos até a administração de “mesadas”. Para os adolescentes, é interessante, inclusive, uma abordagem mais avançada sobre investimentos e vantagens de economizar recursos a longo prazo em prol de um objetivo futuro. Muitas vezes, crescemos com a crença de que a poupança é a única forma de guardar dinheiro. É válido apontar, desde cedo, outros caminhos de construção de patrimônio financeiro, como o consórcio. Com a inclusão definitiva da educação financeira nas escolas, aliada ao comprometimento dos pais, temos tudo para tornar a sociedade mais consciente financeiramente.