“Gratificante” foi a palavra usada pela aluna de relações internacionais da UNIFACS, Bruna Miyazaki, para definir a gincana solidária que direcionou parte de sua doação para pessoas refugiadas que se encontram no estado baiano. O projeto que faz parte da Extensão Comunitária e do Centro de Serviços ao Migrante, repassou 173 kg de alimentos para Pastoral do Migrante Nordeste e para o Centro Cultural Islâmico da Bahia, que também recebeu a doação de uma máquina de costura.

“A fome não tem nacionalidade, ela acomete todos os públicos independente do país de onde a pessoa veio. A decisão de encaminhar uma parcela das doações para refugiados está vinculada ao fato de que muitas vezes eles não são incluídos nas práticas de doações tradicionais”, explica a coordenadora do curso de relações internacionais, Rafaela Ludof.

Ela também explica que de modo geral, o estrangeiro ainda é visto com certa estranheza, o que acaba dificultando coisas básicas como até mesmo, encontrar um trabalho. “Isso gera uma desconfiança e até mesmo um reforço de que esse lugar não lhe pertence, que ele é um estranho”

Para fazer esse direcionamento, a universidade conta com um mapeamento de um conjunto de migrantes que são atendidos pelo Centro de Serviços ao Migrante, onde os estudantes podem aprender na prática ao mesmo tempo que auxiliam outras pessoas.

“É sempre muito gratificante participar dos eventos realizados pela extensão comunitária da UNIFACS”, relata a estudante Bruna Miyazaki. “Vai além de qualquer aprendizado acadêmico pois não estamos nos preparando apenas para o mercado de trabalho, mas para a vida. Acredito que tão importante quanto ser uma boa profissional, é ser um bom ser humano, com olhar ao próximo, e as gincanas solidárias sempre me fazem repensar algumas atitudes e a minha parte em fazer do mundo um lugar melhor”, completa.

Para a professora Rafaela, é possível ver nos olhos dos alunos a transformação, “eles são consumidos pela gratidão e pelo afeto que recebem e para mim, como professora é quase mágico fazer parte desse processo. O mundo precisa de profissionais, humanizados, que compreendem a diversidade e tenho a certeza de que meus alunos serão essas pessoas”, explica.