Com o intuito de conscientizar a população sobre os problemas da prematuridade, o Novembro Roxo é realizado todo ano com ações e campanhas em favor dos prematuros. A ideia é alertar sobre o crescente número destes partos. Dados da Secretaria Estadual de Saúde indicam que um a cada 10 bebês baianos nasce prematuro. Em 2019, foram 20,8 mil nascimentos com menos de 37 semanas na Bahia. Em tempos de pandemia, os cuidados devem ser redobrados. Evitar as visitas nos primeiros dias de vida é fundamental.

“Esperar o bebê está um pouco maior para fazer a visita é o mais comum. Na pandemia, é preciso ficar mais atento a isso e realmente evitar as visitas. Caso isso não possa acontecer, orientar que as visitas usem máscaras, lavem bem as mãos, usem o álcool em gel e evitem pegar muito no recém-nascido, visto que o prematuro é mais sensível e mais suscetível a doenças. É importante a mãe ter uma boa rede de apoio em casa, em isolamento”, ressalta a pediatra do Instituto Muita Saúde, Aline Galy.

A especialista conta que existem várias causas da prematuridade, como a incompetência do colo uterino, que é quando o útero não consegue ficar fechado segurando o bebê, as infecções uterinas, a anemia, a hipertensão arterial, a sífilis, a diabetes gestacional e o uso de drogas ilícitas e bebidas alcoólicas durante a gestação. “Os bebês que nascem prematuros precisam de alguns cuidados especiais. A depender do grau de prematuridade, muitas vezes precisam de acompanhamento em UTI, realização de alguns exames para prevenir algumas doenças futuras e alguns medicamentos e suplementos de forma imediata”, conta Aline.

A prevenção pode ser feita com acompanhamento regular no pré-natal, além da atenção à saúde, com cuidados com alimentação, prática de atividade física e uso de suplementos prescritos pelo profissional que acompanha a gestação. Entre as complicações que um prematuro pode apresentar estão: problemas respiratórios (como a displasia brocopulmonar), apneia da prematuridade, problemas hematológicos (como hemorragias cerebrais), anemia e problemas oculares, como a retinopatia da prematuridade. “Existem ainda a doença metabólica óssea e distúrbios hidroeletrolíticos, além do aumento da bilirrubina, que pode fazer com que o bebe necessite de fototerapia”, completa a pediatra.