Diante da estação mais quente do ano, os cuidados com a desidratação devem ser redobrados. Isso porque a falta de água no organismo pode desencadear graves problemas, como a formação de pedras nos rins, também conhecidas como cálculo renal. Formada por uma massa dura de cristais que se separam da urina e se unem para formar pedras, o cálculo renal é mais comum em homens, e seu pico de incidência ocorre entre os 20 e 40 anos de idade.
De acordo com o urologista Dr. Frederico Mascarenhas, chefe da Urologia do Hospital São Rafael, quando a água perdida pela transpiração não é reposta, os rins acabam trabalhando menos, fator que contribui para o acúmulo de sais e proteínas e facilita a formação dos cálculos. “Os cálculos renais são depósitos rígidos de minerais e sais ácidos solidificados. Além do excesso de sódio e das motivações genéticas, a desidratação é uma das causas de formação de pedra nos rins. Por isso, neste período quente, é ainda mais importante estar atento à ingestão de líquidos, mantendo sempre o corpo bem hidratado”, alerta o especialista.
A formação do cálculo pode se dar por uma ou mais substâncias associadas, sendo que o mais comum é o oxalato de cálcio. Existe ainda a possibilidade de que doenças de outros órgãos que produzem excesso dessas substâncias possam levar à formação de cálculos.“Também existem doenças genéticas que podem levar à formação de cálculos. Isso porque, quando há presença de algum familiar com cálculo, aumenta a incidência da doença entre seus parentes. No entanto, temos diversos casos de pacientes que não possuem esse histórico familiar. Se o paciente tem predisposição e não se hidrata adequadamente, apresenta maior chance de desenvolver a condição”, explica Dr. Fred. Entre os sintomas mais recorrentes, a dor intensa na lateral do abdômen e nas costas, que é frequentemente acompanhada por náusea, é a mais comum entre os pacientes.
Segundo o urologista, é importante que desde a primeira crise, se procure um médico para fazer os exames necessários para a localização, já que as alterações podem não ser encontradas facilmente. “A investigação da causa é muito importante para evitar novos cálculos ou diminuição na formação dos existentes. Há outros fatores que contribuem como o excesso de ingestão de vitamina D, e obstrução do trato urinário, bem como certos diuréticos, antiácidos e outros medicamentos, que podem aumentar o risco de formação de cálculos pelo incremento de cálcio na urina”, indica o especialista.
Já o tratamento está relacionado a cada caso e condição do cálculo, sendo levado em consideração se é um cálculo único ou não, bem como sua localização e tamanho, se há infecção, se está obstruindo o rim ou causando dor intensa ou se necessita de intervenção do urologista.
“De forma geral, uma orientação importante, principalmente nesse período do verão, é ingerir em torno de 2,5 litros de líquidos por dia, como água e sucos naturais. Os medicamentos, no entanto, não devem ser tomados sem a prescrição do médico”, ressalta o Dr. Frederico.