O Teatro Goethe-Institut Salvador-Bahia/ICBA, no Corredor da Vitória, será palco para Woyzeck – Zé Ninguém, espetáculo dirigido pelo ator e encenador Caio Rodrigo, com co-direção de Guilherme Hunder. A montagem estreia no dia 29 de novembro, às 20h, e fica em cartaz até o dia 10 de dezembro, de quarta a domingo. Concebida a partir do original de Georg Büchner, obra-prima deste dramaturgo, esta peça faz uma reflexão sobre a exploração do homem pelo próprio homem.
Baseada em fatos reais, a história conta a vida de um homem que luta desenfreadamente pela sobrevivência e desenvolve imperativamente várias atividades (soldado/fuzileiro, barbeiro e cobaia de um médico). As inúmeras tarefas não permitem que ele fique muito tempo num espaço, o que impõe o fim abrupto e precoce das cenas, influenciando na linearidade da dramaturgia.
Executadas no ritmo da urgência e do desespero, essas atividades o tiram da convivência familiar e social. Em algumas cenas, Woyzeck se despede da esposa Marie sem sequer ter entrado em casa ou logo depois de chegar. “A construção da individualidade de Woyzeck é feita a partir das relações de opressão, dos antagonismos sociais”, reforça Caio Rodrigo.
Com cortes abruptos e cenas ritmadas cinematograficamente, a adaptação é composta de elementos que reforçam a aproximação desta história com a realidade social e cultural brasileira. Em algumas cenas, Woyzeck é chamado de “Zé”. Interpretado pelo ator Felipe Viguini, esta personagem é o primeiro protagonista proletário da literatura alemã. Escrita em 1837, a obra influencia dramaturgos como Bertold Brecht, em Tambores na Noite e Um homem é um homem.