Assim como ocorre com outras infecções respiratórias, a prevenção do coronavírus (covid-19) exige um combinado de atitudes para evitar o contato com o vírus, todas elas amplamente divulgadas. As recomendações vão desde o hábito de higienizar as mãos, cobrir a boca e o nariz com o antebraço ao tossir e espirrar, não compartilhar itens de uso pessoal, até evitar o contato social, especialmente, no cenário atual, quando o contágio do novo vírus vem acontecendo em larga escala. Há, no entanto, outro grande reforço para esse momento em que mundialmente todos buscam se proteger. Manter uma alimentação adequada vai contribuir para fortalecer o sistema imunológico, o que é possível através do consumo de alimentos ricos em nutrientes que deixarão o organismo menos vulnerável.

A nutricionista Daiana Tavares, do Grupo LemosPassos, especializado em alimentação coletiva há 58 anos, produzindo, hoje, cerca de 4 milhões de refeições para hospitais em cinco estados, listou alguns alimentos ricos em nutrientes que fortalecem o sistema imunológico. “Para o bem comum, orientação recebida é de ficarmos em casa. E para aqueles que irão optar por preparar a própria comida, essa é uma excelente oportunidade de olhar melhor para o que vai consumir, podendo caprichar em receitas com base em alimentos ricos em fibras e vitaminas que ajudam a fortalecer o sistema imunológico”, sugere a nutricionista, reforçando que a alimentação adequada é parte fundamental, inclusive, para o processo de recuperação de pacientes em qualquer situação clínica.

Para reforçar o sistema imunológico:

· Vegetais verdes escuros: Fonte de vitamina A, B6 e B12, ferro e fibra. Atuam no controle glicêmico, contribuem para o reforço imunológico e na manutenção da microbiota intestinal (já que o intestino é um dos principais órgãos imunes do corpo humano). Estão presentes no espinafre, brócolis, agrião, couve, couve de Bruxelas e rúcula.

· Zinco: É um importante aliado do sistema imunológico, já que é essencial na síntese de células imunológicas. As principais fontes alimentares são as carnes bovinas, peixes, aves, leite, queijos, frutos do mar, cereais de grãos integrais, gérmen de trigo, feijões, nozes, amêndoas, castanhas e semente de abóbora.

· Oleaginosas: Possui ação antioxidante já que neutraliza a ação dos radicais livres. São ricas em selênio e vitamina E que aumentam a produção de anticorpos e ômega 3. Quantidades adequadas de selênio no organismo ajudam a reduzir a inflamação. Está presente em castanhas, especialmente na castanha do Pará, gema de ovo, trigo e sementes de girassol.

· Frutas Cítricas: O que caracteriza uma fruta cítrica é o sabor ácido, devido à grande concentração de ácidos cítricos, além da intensa presença de vitamina C que aumenta a produção de glóbulos brancos, células que fazem parte do sistema imunológico. Facilmente encontrado na laranja, limão, tangerina, acerola, abacaxi etc.

· Vitamina D: Possui efeito imunomodulador e protege contra infecções respiratórias. Alguns alimentos, especialmente peixes gordos (salmão, atum, cavala, arenque, sardinha) são fontes dessa vitamina, porém representam apenas 10%, os outros 90% são obtidos através da síntese cutânea após a exposição solar.

· Mel de abelha: Além de ser fontes de vitaminas, minerais e compostos fenólicos (antioxidantes), o mel tem ação antimicrobiana e ajuda no controle as infecções. Por ser rico em carboidrato simples seu consumo deve ser moderado.

· Temperos Naturais: O alho tem função imunoprotetora, tem propriedades antivirais e antibacterianas. A cebola é rica em quercetina auxilia na função imune. O gengibre é expectorante, tem ação bactericida, e é considerado um anti-inflamatório natural. O açafrão, também conhecido como cúrcuma, tem ação anti-inflamatória, antioxidante e analgésica.

O Ministério da Saúde atualizou para 2.433 o número de casos confirmados do novo coronavírus (covid-19) e 57 mortes no Brasil, até a quarta-feira, dia 25. Na Bahia, o número de pessoas com o vírus chegou a 104, conforme balanço da Secretaria da Saúde do Estado, divulgado hoje, dia 26 de março. Até o momento, conforme anunciado pelo Ministério, não existe tratamento específico para infecções causadas por coronavírus humano, e para aliviar os sintomas são recomendados repouso e consumo de bastante água, além de medicamentos para dor e febre.

Portanto, a prevenção, seguindo atentamente às orientas emitidas pelos órgãos governamentais, é importante para evitar o contágio. Além disso, cuidar da alimentação será mais um aliado para fortalecer o organismo, mantendo o sistema imunológico saudável. O Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) alertou a população quanto a preocupação a respeito da disseminação de informações que circulam, sobretudo, nas redes sociais, onde são citadas orientações sobre “supostas terapias milagrosas no campo da nutrição”. O CFN afirmou que não existem protocolos técnicos a respeito dessas receitas milagrosas. “Certamente, uma alimentação rica em micronutrientes associadas a substâncias bioativas, se utilizados de forma habitual podem condicionar um sistema biológico mais eficiente. A alimentação saudável depende de uma diversidade alimentar, não de supostos superalimentos isolados”.