No contexto de expansão da COVID-19, a formação de pesquisadores e profissionais qualificados com Pós-Graduação ganhou força. Se, por um lado, as instituições de nível superior precisaram se adaptar para garantir a continuidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão, em modalidades online, por outro, a pandemia acelerou um processo já em curso de expansão das tecnologias na educação, de ampliação do ensino híbrido e de fomento a iniciativas promissoras com base na ciência – o que significa também uma janela de oportunidades para quem se identifica com a carreira acadêmica.

Para muitas pessoas, o mestrado, por exemplo, passou a ser visto – frente a um cenário de desemprego e retração do comércio – não apenas como um aprofundamento em áreas de interesse, mas como alternativa de crescimento, diversificação dos campos de atuação e desenvolvimento para o futuro.

No caso de Claudio Luiz Ariani Fontes, além de progresso e base sólida, para a projeção de novos caminhos, o mestrado é também sinônimo de satisfação pessoal. Aos 50 anos de idade, o administrador – que ocupou cargos de diretoria em grandes empresas – trocou a atuação profissional no mercado de vendas pela academia.

“Eu sempre trabalhei para empresas privadas. Chegou um momento em que eu estava precisando mudar. Sempre fui muito comunicativo, sempre gostei de treinamentos e de atividades da área acadêmica (…). Então eu decidi mudar completamente. Eu enxergava que não ia mais funcionar com a empresa, porque eu estava com outra visão e queria outro direcionamento profissional na minha vida. Eles entenderam isso. Aí eu fui buscar o Mestrado em Administração na UNIFACS”, relata Claudio Fontes.

O ingresso no Mestrado da Universidade Salvador começou por uma disciplina eletiva, que se desdobrou em novas possibilidades, depois em envolvimento com projetos de pesquisa, bolsa de estudos e, finalmente, em matrícula como aluno regular.

Em 2021, depois de mudar a carreira e de passar pelas transformações provocadas pela pandemia, Claudio Fontes se prepara para defender a dissertação final, já com foco em um possível doutorado.

“Hoje meu negócio é sala de aula, trabalhos voltados para a educação mesmo, completamente direcionados a isso (…). Quero dar aulas, ministrar consultorias, fazer minhas pesquisas”, ressalta o mestrando em Administração, que acredita no ensino híbrido como perspectiva e incentiva outras pessoas a investirem também na qualificação profissional. “Sem sombra de dúvidas, o mestrado hoje tem espaço. Basta a pessoa ter iniciativa, gostar de desafios e da área acadêmica. Não existe questão de idade para se tornar professor. Quanto mais bagagem ele tiver, mais amadurecimento e experiência, isso certamente será importante”, complementa.

Para Claudio Fontes, o mestrado se tornou projeto de vida. E, ainda que nem sempre represente o mesmo para todas as pessoas, na prática, as competências que exige, aliadas às habilidades cognitivas que promove e às conexões que favorece – mesmo em tempos de isolamento – fazem da Pós-Graduação Stricto Sensu também estratégia promissora para o futuro.

Os dados mostram que não estão restritos ao ambiente acadêmico os benefícios da qualificação – fato que o mercado de trabalho também passou a reconhecer. Segundo pesquisa conduzida pela Catho Educação, em 2018, a partir do recorte de 2 milhões de profissionais em mais de 25 mil empresas, no Brasil, no caso de cargos de coordenação, o mestrado/doutorado pode aumentar salários em até 47,4%. Já nos cargos de analista, o aumento salarial, com a titulação, pode chegar a 118% no país.

É também por isso que a busca por qualificação vem subindo. Segundo dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), na última década, cursos de mestrado e doutorado cresceram 48,6% no Brasil.