Grandes especialistas em diagnosticar e tratar a endometriose profunda se reuniram no último sábado (30), no Fera Palace Hotel (Centro Histórico de Salvador), em um evento multidisciplinar de atualização médica: o Endometriose Experience, coordenado pelo cirurgião ginecológico Marcos Travessa e o coloproctologista Ramon Mendes, membros do Instituto Baiano de Cirurgia Robótica (IBCR). O evento teve grande repercussão, atraindo participantes de diversos estados como Minas Gerais, Ceará e Pernambuco. Um dos destaques da programação, que incluiu o debate de casos clínicos e condutas na avaliação da doença, foi a possibilidade do uso da tecnologia robótica, disponível na Bahia, para o tratamento cirúrgico da endometriose. “Salvador possui um centro especializado para tratamento da endometriose profunda e dois hospitais onde pacientes com indicação para cirurgia robótica podem se beneficiar das vantagens agregadas a essa tecnologia minimamente invasiva cada vez mais utilizada em todo o mundo”, destacaram os especialistas.

Enquanto nos Estados Unidos, a maioria das cirurgias para tratamento da endometriose já seja feita na modalidade robótica há alguns anos, na Bahia isso só foi possível a partir deste ano, devido à chegada recente da plataforma – no primeiro semestre ao Hospital Santa Izabel (HSI) e, neste segundo semestre, ao Hospital São Rafael (HSR). A cirurgia robótica ganha espaço dia após dia no Brasil, tornando intervenções cirúrgicas complexas cada vez mais precisas e com desfechos positivos, já que ela permite ao médico uma visão em três dimensões (3D) ampliada em 10 vezes, é marcada por movimentos mais precisos e traz menos morbidade para as pacientes que, em geral, recebem alta hospitalar no dia seguinte ao procedimento. Além de menos riscos de complicações, a cirurgia robótica caracteriza-se por menores taxas de sangramento e dor no pós-operatório e pela recuperação mais rápida.

Segundo um dos convidados para o Endometriose Experience, o urologista Nilo Jorge Leão, também integrante do time da cirurgia robótica do IBCR, a cirurgia robótica é uma evolução da videolaparoscopia, procedimento minimamente invasivo usado no tratamento da endometriose. “Enquanto na cirurgia laparoscópica o cirurgião precisa segurar as pinças, na cirurgia robótica ele comanda os instrumentos remotamente, sentado, sem tremor. Além disso, somente as pinças robóticas têm rotação semelhante a um punho, o que facilita, por exemplo, suturas muito delicadas”, detalhou o especialista.