Um dos representantes mais ilustres da malandragem da Lapa boêmia da primeira metade do século XX. O personagem reúne, ainda, traços que o inserem em outras categorias, tais como negro, homossexual e marginal. Este é um brevíssimo perfil de João Francisco dos Santos, mais conhecido como Madame Satã.

Este mito carioca é a personagem do próximo espetáculo de Thiago Romero, “uma espécie de desmonte poético-musical sobre a glória e a vida marginal de Madame Satã”. A montagem Madame Satã estreia no dia 02 de agosto e fica em temporada no Teatro Martim Gonçalves até o dia 12 do mesmo mês, de quinta-feira a sábado, às 20h, e domingo, às 19h.

Com dramaturgia de Daniel Arcades, coreografia de Edeise Gomes e direção musical de Filipe Mimoso, o espetáculo busca desvendar um complexo processo em que se imbricam a apropriação (e ressignificação) simbólica do malandro e a aplicação de estratégias biopolíticas sobre os corpos “fora da norma”.

Diferente dos musicais aos modos da Broadway e atuais musicais brasileiros, que focam em cantores, Madame Satã é uma biografia musicalizada, que pensa a música como instrumento de debate e discurso da negritude. Apesar de ter um caráter biográfico, o musical não tem um compromisso de contar cronologicamente a vida da personagem Madame Satã.