Segundo uma pesquisa realizada pela Allergan, com apoio da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), 82% dos brasileiros almejam melhorar algum aspecto no rosto. Para resolver o problema, 58% dos entrevistados se interessaram em fazer algum tipo de tratamento estético facial, enquanto 24% alegam já ter feito, conforme atestado pela DAS Bureau de Pesquisa — a pedido da Allergan.

O apelo para a estética individual, inclusive entre as brasileiras, tem origem no descontentamento com o corpo e rosto. É o que mostra a pesquisa da Avon, em parceria com o Instituto Ibope Conecta, na qual 6 em cada 10 mulheres (61%) afirmam estar insatisfeitas com a pele do rosto. A “autonomia sexual e corporal” influencia 23% da autoestima, atrás somente da autonomia financeira (24%), de acordo com o levantamento What Women Want (do inglês “O que as mulheres querem”) da Kantar Brasil.

A solução para a estima pessoal da população, no entanto, foi potencializada com a onda dos “procedimentos estéticos não cirúrgicos” no país — alternativa legalizada e barata para as custosas cirurgias. Com o aumento significativo de 390% na procura por esse tipo de tratamento na última década, segundo dados do Censo 2016 da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, os procedimentos não cirúrgicos ganharam ainda mais destaque em 2020, apesar da pandemia do coronavírus (COVID-19).

Segundo o especialista em Biomedicina Estética, Vinicius Said, a procura em seu consultório clínico subiu mais de 50% com relação aos meses iniciais da pandemia. Obtendo por dois meses consecutivos agendamentos a longo prazo, o biomédico alega que a procura por preenchedores faciais, sculptra, lifting facial, criomodelagem corporal e toxina botulínica (botox) cresceu significativamente no ano de 2020.

“Com o isolamento as pessoas passaram a dar um tempo maior para se olhar mais, se amar e perceber que com o decorrer do tempo, as marcas de expressão se tornam mais visíveis. O processo de envelhecimento para alguns chega mais cedo e aquela marquinha de expressão passa a incomodar mais. Os procedimentos estéticos vêm para resgatar a autoestima e devolver a alegria e vaidade perdidas. Uma pele bonita requer compromisso e não milagre”, afirma o então revisor da Revista Brasileira de Estética.

As mudanças atestadas pelo biomédico foram evidenciadas no Censo 2018 da SBCP, na qual a toxina botulínica liderava com 95,7% da procura, seguida por preenchedores (89,6%). A diferença de posição entre os procedimentos estéticos mais procurados do último censo é de quase 70%, visto que o “peeling” só é recorrente em 21,8% dos casos. A partir daí, o levantamento segue para “suspensão com fios” (21,6%), “ácido polilático” (21,4%) e microagulhamento (16,9%).

Ainda de acordo com o Censo 2018 da SBCP, a região Sudeste segue liderando a estética brasileira com 51% da amostragem total. Em seguida, os sulistas detêm 19,9% dos casos, com o empate de 14,5% entre as regiões Centro-Oeste e Norte/Nordeste. Embora as diferenças sejam mínimas para os censos anteriores, o novo estudo revela que a faixa etária de 36 a 50 anos superou a procura esteta de jovens entre 19 a 35 anos.