Entre os dias 15 e 21 de maio, acontece a 15ª Semana Nacional de Museus, temporada cultural promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), em comemoração ao Dia Internacional de Museus, celebrado oficialmente em 18 de maio. Este ano, mais de mil museus de todo o país irão oferecer ao público 3 mil atividades especiais, como visitas mediadas, palestras, oficinas, exibição de filmes e muito mais.

 

Em Salvador, o Museu da Misericórdia, mantido pela Santa Casa da Bahia, terá como tema os “Rituais de Sepultamento no Brasil de Outrora”. O roteiro programado para o período de visitas contará com abordagens sobre os rituais de sepultamento das sociedades do século XVIII e XIX. A entrada é gratuita.

 

A ação será marcada pela abertura da visitação permanente do grande público ao ossuário de 1770 localizado no Museu da Misericórdia, que antes só recebia visitantes em ocasiões especiais. “Em 2002, foi realizada higienização e prospecção nas paredes do ossuário que revelou trechos da pintura original, compostas por representações de flores de papoula, símbolos de Morfeu, o Deus do Sono na Mitologia Grega. Durante o século XVII, o espaço abrigou a enfermaria feminina do Hospital da Caridade, primeira entidade de saúde do Estado, fundado pela Santa Casa da Bahia, em 1549. No século XVIII, passou a ser utilizado como ossuário, destinado à Irmandade da instituição”, explica Osvaldina Cezar, museóloga do Museu da Misericórdia.

 

Além disso, serão realizadas duas rodas de conversa. A primeira delas será ministrada no dia 15 de maio, às 17h, por João José Reis, autor do livro “A Morte é uma Festa”, que apresenta uma abordagem criteriosa sobre os rituais e atitudes diante da morte, passando pela Revolta da Cemiterada, no século XIX, fato que marca o início dos sepultamentos de membros da alta sociedade ao ar livre, na Bahia.  Já no dia 19 de maio, às 16h, uma roda de conversa sobre Arquitetura Funerária será conduzida por Francisco Senna, arquiteto e ex-presidente da Fundação Gregório de Mattos. Ambas serão abertas ao público.

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Durante as atividades, os visitantes também terão acesso às informações sobre a responsabilidade legal da Santa Casa da Bahia com os sepultamentos, dada à instituição pela Coroa Portuguesa, quando pessoas socialmente desprivilegiadas eram enterradas no extinto cemitério do Campo da Pólvora.