Foi nos anos 90 que o lado cantora da artista Yara Figueiredo surgiu e mostrou a que veio. A paixão pela música surge no momento em que a carioca de cachos esvoaçantes, de estilo único e também inspirador, decide morar em Loas Angeles, nos Estados Unidos, e logo ingressa na renomada faculdade de música contemporânea, a Musicians Institute. Seu passaporte foi uma fita despretensiosa com a gravação de “Suíte dos pescadores”, de Dorival Caymmi. Dois anos se passam e Yara chega ao mercado fonográfico com seu primeiro álbum, o ‘Pintura Íntima’, que saiu nada menos que pela poderosa Universal Music, com produção de Ricardo Leão. Na época, o disco foi reverenciado pela crítica no Brasil, sendo apontado como uma das promessas da MPB, o que lhe gerou o emplaque da música “Teu Sonho Não acabou”, de Taiguara, na novela “Meu Bem Querer” da TV Globo, e também em “Pérola Negra”, do SBT, com a faixa “Cadê Você” de Odair José. Antes mesmo de concluir o curso no exterior, Yara tinha nas mãos um currículo invejável, que incluía uma gravação de “Águas de Março”, com Raphael Rabello, um dos mais requisitados violonistas brasileiros. Mais de duas décadas se passaram e de lá pra cá o exercício de Yara cantar a levou para os melhores palcos, e inúmeras apresentações escondidas por aqui. Desde o ano de 2001 o lado designer da artista vinha falando mais alto, a artista passou a imergir em suas criações exclusivas, que lhe geraram prêmios e reconhecimento em outra área, a da moda. Porém, em 2018, depois de ficar há aproximadamente mais de 15 anos longe dos palcos, das luzes e dos olhares de uma plateia, a cantora Yara Figueiredo retorna aos holofotes e estreia o show “O canto da Iara”, no dia 27 de setembro, às 20h, na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema.

 

Em “O Canto da Iara” o público poderá conferir uma artista madura, com mais de 25 anos de carreira na música, voz trabalhada, vigorosa e com sentimento. Os trunfos de Yara não estão apenas na boa técnica – é capaz de subir e descer de tons com muita facilidade e em dominar completamente o palco com sua sutil e sensual coreografia. Artista de alta astral inconfundível, Yara canta um pouco de tudo, pois sua vida não tem apenas uma história e seu coração também é assim, eclético.

 

O repertório do show conta com 7 músicas autorais, compostas por Yara durante seu período sabático longe dos palcos, e canções de compositores como Rita Lee, Délcio Carvalho e Candeia, artistas que fazem parte de seu ouvido musical. No palco, Yara virá acompanhada – e muito bem, diga-se de passagem -, pelos músicos Patrick Thomazzini (violão), Eber de Freitas (percussão), e Donatinho (teclado), que também foi parceiro da cantora na mixagem de alguns de seus novos singles. O músico já contribui para renomados nomes da nossa música brasileira como Gal Costa, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Djavan, Ivete Sangalo, entre outros.

 

Yara foi a perturbadora sensação do boom de uma estrela que nasceu para a canção popular. Não somente pela qualidade da voz, como o uso do palco, o olhar. Além da linda voz, como o desenho cênico de seu porte esguio e belo, ou o emprego espontâneo das mãos em gestos que atuam como carícias sutis e elegantes, às vezes, quase, imperceptíveis”. Afirma o jornalista, historiador, crítico e radialista Ricardo Cravo Albin.

 

Essa nova Iara é uma cantora, compositora, que estará interpretando suas próprias composições, após ter o seu lado musical adormecido por muito tempo, retornando com a força de uma mulher de 51 anos e seu próprio canto. Retornando com o que o meu coração sente.”  Afirma Yara Figueiredo, que pretende não mais se calar. “Quero mostrar essa nova música, essa nova luz, essa nova meditação com o som”, completa.