O incrível e multifacetado Paulo Borges passou a assinar uma coluna com suas impressões sobre o mundo e memórias do passado no Site FFW, que é um dos sites mais bem conceituados de conteúdo de moda no mundo.

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Segue um pouco do que Paulo divulgou em sua coluna:

“Há muito me apaixonei pela música brasileira de tal forma que, em alguns momentos, chego a ter aquele “pré” conceito das músicas vindas “de fora”, rsrs…

Desde moleque, aos 13 anos, eu ouvia e colecionava música popular brasileira e música clássica. A Editora Abril lançava periodicamente uma coleção de compositores clássicos. Apaixonei-me de imediato e passei a ouvir sem parar Mozart, Chopin, Beethoven, Mendelssohn, Bach, Tchaikovsky e todos os outros da coleção, e os brasileiros Carlos Gomes e Villa Lobos, o meu preferido.

Minha adolescência foi construída a partir de um repertório que ia do clássico ao popular.

Morava em S.J.do Rio Preto, uma cidade do interior, de porte médio, mas rica no café, cana de açúcar e laranja, e com muitas faculdades e universidades. Talvez por isso tornou-se um roteiro para a cena do teatro e da música. Tive o privilégio de ouvir e ver ao vivo grandes nomes da MPB da época.

Imagina assistir ao vivo Elis Regina cantando “Essa Mulher”, debruçada ao piano de Cesar Camargo? E, pasmem, numa sala de cinema. Gal Costa no histórico show Gal Tropical em um estádio do Clube Palestra Itália.

Nesse mesmo local, vi pela primeira vez na vida Fafá de Belém, linda, com um vestido até o pé, só de alças, descalça. De repente ela desce do palco e sai correndo pela platéia. O povo vai ao delírio! Pura sedução, volúpia. Uma cena inesquecível. Ali pude ver também Alcione, Paulinho da Viola e vários outros.

Na sede social do Automóvel Clube – na época o mais chique da cidade – quase morri de emoção no show Realce, de Gilberto Gil.

Assim foram meus anos de juventude, dos 13 aos 17. Eu viajava para ver shows. Ribeirão Preto, Bauru, onde fui escondido para assistir ao mito Mercedes Sosa, a cantora da esquerda revolucionária do momento (ainda vivíamos a ditadura). Em São Paulo, numa catarse, assisti Bethânia pela primeira vez no Teatro Tuca. Paixão e emoção eternas! Posso afirmar, sem dúvida, que sou um sortudo. Nasci na hora certa.”

Para ler na íntegra a coluna de paulo, acesse o link: Paulo para FFW.