Cordel “Sonhos”:
“Sonhar é verbo
É seguir, é pensar, é inspirar
É fazer força, insistir
É lutar, é transpirar
São mil verbos
Que vem antes do verbo realizar
Sonhar é ser sempre meio
É ser meio indeciso
Meio chato, meio bobo
É ser meio improviso,
Meio certo, meio errado
É ter só meio juizo
Sonhar é ser meio doido
É ser meio trapaceiro
Trapaceando o real
Pra ser só meio verdadeiro
Na vida bom é ser meio
Não tem graça ser inteiro
O inteiro, meu povo, o inteiro é o completo
Não careci acrescentar
É sem graça, é insosso
É não ter porque lutar
Quem é meio é quase inteiro
E o quase nos faz sonhar
O quase é estar tão perto
É quase encostar a mão
Todo quase é quase lá
Todo lá é a direção
É a vida quase dizendo e você quase entendendo
Basta olhar com o coração
O quase é amigo e inimigo
Quase agi, quase tentei
Quase achei que era possível
Quase ouvi, quase falei
E claro, o pior dos quases,
Que é o quase acreditei
Acredite! Acredite que sonhar
Tambem é compreender
Que nem sempre o que se sonha
É o melhor pra você
E que não realizar
Nem sempre será sofrer
Sonhe sempre
E seja grato pelo sonho que já tem
Repare em cada detalhe
Das coisas que lhe faz bem
Que o pouco, que hoje é seu,
Já é muito pra alguém
Ter um chao para pisar
Um sol pra lhe dar calor
Ter o ar pra respirar
Ter saúde, ter amor
Tudo isso ja lhe faz
Também realizador
Seja sempre inquieto
E vez por outra paciente
Parece contraditório
Soa meio diferente
Mas as vezes pisar no freio
Também é andar pra frente
A vida meu povo
A vida nao é tão simples
Viver não é só sorrir
A lagarta que rasteja
Rasteja pra evoluir
Se transforma em borboleta
Depois voa por ai.”

(Bráulio Bessa)




SOBRE O AUTOR:

"Sou um desses poetas cibernéticos. Escrevo poesia de cordel desde os 14 anos, Graças à internet, meus cordéis já passam da marca de 20 milhões de visualizações, o que mostra que existe sim um público consumidor de cultura regional nas redes sociais. Semanalmente, os versos de minha poesia matuta também entram em milhares de lares e de corações no Brasil e no mundo através do meu quadro "Poesia Com Rapadura", no programa "Encontro" com Fátima Bernardes. Tudo isso é só o começo dessa luta pela valorização e preservação dessa arte que é nossa. Certa vez assisti a uma entrevista do mestre Chico Anysio em que ele disse que "o humor é tudo, até engraçado". Se me perguntarem um dia o que é cordel, direi: "Cordel é tudo. Até poesia."

“Sou um desses poetas cibernéticos. Escrevo poesia de cordel desde os 14 anos,
Graças à internet, meus cordéis já passam da marca de 20 milhões de visualizações, o que mostra que existe sim um público consumidor de cultura regional nas redes sociais.
Semanalmente, os versos de minha poesia matuta também entram em milhares de lares e de corações no Brasil e no mundo através do meu quadro “Poesia Com Rapadura”, no programa “Encontro” com Fátima Bernardes. Tudo isso é só o começo dessa luta pela valorização e preservação dessa arte que é nossa.
Certa vez assisti a uma entrevista do mestre Chico Anysio em que ele disse que “o humor é tudo, até engraçado”.
Se me perguntarem um dia o que é cordel, direi: “Cordel é tudo. Até poesia.”