O último mês do ano chegou e, com ele, a importantíssima Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele, conhecida como Dezembro Laranja. Promovida desde 2014 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, em parceria com instituições públicas e privadas, a ação acontece durante todo o mês com a missão de alertar a população para a importância da prevenção da doença, que todos os anos atinge mais de 180 mil pessoas no país, segundo o Instituto Nacional do Câncer. A iniciativa também tem como objetivo reforçar, em todo o Brasil, a importância da visita regular ao dermatologista para diagnóstico e tratamento precoce da doença. Este ano, a campanha destaca que o câncer de pele é coisa séria e a conscientização e prevenção deve começar na infância.

A dermatologista Andrea Botto, da clínica que leva o seu nome no Hospital da Bahia, explica que o câncer de pele é o mais frequente no Brasil e caracteriza-se pelo crescimento anormal das células que compõem a derme. A doença pode ser de três tipos: o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma (maligno), este último mais agressivo e que pode levar a pessoa à morte. “A exposição excessiva ao sol sem proteção é o principal fator de risco em todos eles, contribuindo para o surgimento de pinta, mancha, nódulo ou ferida que nunca cicatriza, nas cores acastanhada, enegrecida, avermelhada ou da cor da pele. Elas podem surgir no rosto, nas orelhas, nos lábios, no dorso das mãos, nos ombros, no colo e no couro cabeludo de pessoas calvas. O autoexame e visitas regulares ao especialista para um exame completo são fundamentais”, conta.

Ela alerta ainda que, no verão, os cuidados diários com a pele devem ser redobrados. O uso do protetor solar e reaplicação são essenciais para manter a tez saudável e bonita, evitando queimaduras, manchas solares e o temido câncer de pele. A exposição ao sol deve acontecer no período de menor radiação, antes das 10h e após as 16h. “Quando a exposição ao sol for mais intensa, adultos e crianças devem utilizar chapéu ou boné, camisas de manga comprida (com proteção UV), e até mesmo guarda-sol”, orienta a médica. Ainda de acordo com a dermatologista, a hidratação constante, alimentação saudável e uso de roupas leves integram a lista de cuidados preventivos para este período.

O uso de óculos escuros deve ser diário para evitar exposição e prevenir problemas como cataratas e lesões na córnea. “Os bebês precisam de cuidados especiais, pois a pele e os olhinhos deles são mais sensíveis. O uso de bonés e roupas com proteção solar, além do protetor solar fator 60, a partir dos 6 meses de idade, sempre tendo cautela com a hora e duração da exposição solar da criança, são obrigatórios. Para pacientes de uma forma geral, se a exposição for por um longo período, o fator de proteção contra os raios UVA e UVB deve ser de número 60”, explica.

Confira algumas orientações que devem ser seguidas:
* Evite exposição ao sol prolongada entre 10h e 16h;
* Utilize protetor solar indicado para cada tipo de pele com proteção UVA e UVB, pelo menos 20 minutos antes da exposição. Reaplicar a cada duas horas ou quando necessário;
* Mantenha a pele seca e hidratada;
* Beba bastante água e mantenha uma alimentação saudável;
* Utilize roupas leves, bonés e óculos de sol;
* Passe protetor solar nas orelhas e use um protetor específico para os lábios com FPS. O couro cabeludo, as mãos e os olhos também devem ser protegidos;
* Hidrate a pele com loção pós-sol depois do banho de mar e piscina;
* Não depilar no dia que for tomar sol;
* Evite banhos quentes;
* Higienize a pele com sabonete e demaquilante específicos para cada tom, pela manhã e à noite
* Visite regularmente o dermatologista. Durante a pandemia, os exames para detectar câncer de pele caíram pela metade, evitando o diagnóstico e tratamento precoce.