Presença confirmada no Rock in Rio 2017 – quando se apresenta no Palco Sunset dia 23/9 – o Quabales lança hoje o single “Cabeça aos Pés” com direito a clipe filmado no Nordeste de Amaralina, comunidade carente de Salvador onde o grupo nasceu. Com o refrão “prefiro viver o amor da cabeça aos pés”, o lançamento mostra a favela sem estereótipos de violência, com música e performance passando uma mensagem romântica, apesar de ser rodado numa das áreas com maior índice de violência de Salvador.

Mas, é falando de amor, é com belas imagens aéreas da capital baiana – numa visão além do que o turista é acostumado a ver – e com a performance do grupo com seus tambores, bastões, tecidos, membros que o Quabales faz seu pedido de paz. O swing da percussão dos jovens do Nordeste e o arranjo cheio de balanço se misturam à voz doce da solista Carol Caroline.

Todos esses elementos dão a cara do Quabales, grupo que é entretenimento, ação social e traz na sua música o hip hop, o som eletrônico e a percussão corporal em altas doses de baianidade.

“Tanto o clipe quanto a canção servem para lembrar que existem histórias de amor dentro da comunidade”, observa Marivaldo dos Santos, que assina a direção do clipe.

Aliás, ele também assina a produção musical da faixa, a composição da música, o arranjo e a edição do clipe. Marivaldo, nascido e criado no local do clipe é o fundador do “Quabales”, que nasceu em 2012 como projeto de inclusão social num local com alto índice de violência e tráfico de drogas.

Ele é multi- instrumentista, um dos líderes do Grupo Stomp, sucesso há mais de 20 anos na Broadway e já trabalhou com nomes como Sting, Wyclef Jean, Lauryn Hill, Paul Simon, Joshua Bell, Steve Coleman, Bill Frisell, Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Carlinhos Brown, entre outros.

Mesmo com tamanha bagagem musical, liderar o Quabales no Rock in Rio tem deixado o músico ansioso. “Acho que vai ser uma sensação de alegria tão grande como estar nascendo novamente”, prevê. Ele conta que é um grande desafio fazer música e ação social no Brasil, mas que as duas coisas estão totalmente ligadas.

“A música tem uma força e um poder de transformação que não existe igual. Foi através dela que começamos a trazer informação e oportunidades para os adolescentes do projeto e hoje nos transformamos num grupo musical de verdade”, comemora.