Incentivar jovens talentos da pesquisa e promover colaborações entre Brasil e Reino Unido. Este é o principal objetivo do prêmio Young Investigator Distinction, que aconteceu durante o 17º Encontro Brasileiro de Síntese Orgânica, ou 17th Brazilian Meeting on Organic Synthesis (BMOS), em Salvador.

 

A honraria foi entregue a dois brasileiros: Diogo S. Lüdtke, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), pelo seu estudo em formação de ligações carbono-carbono estereoseletivas usando reagentes organozinco, e Giovanni W. Amarante, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), pela pesquisa em desenvolvimentos recentes na construção de ligações carbono-carbono C-C e carbono-X, sendo X = N, O e S: desafios sintéticos da azalactona e metilsulfenilação de carbonos eletrofílicos. Além dos dois brasileiros, outros dois pesquisadores britânicos foram agraciados.

 

Cada um dos quatro premiados fez uma breve apresentação do seu trabalho numa plenária, composta por grandes nomes da química orgânica. A sessão foi encerrada pelo pesquisador Jonathan Clayden, da Universidade de Bristol no Reino Unido, que abordou os caminhos para a descoberta de novos medicamentos.

 

A escolha para entregar o prêmio e permitir que os vencedores se apresentem durante o BMOS ocorre pelo fato de esse ser um dos maiores eventos da comunidade científica, que busca novas rotas sintéticas da indústria para várias aplicações. Os resultados desses estudos são úteis para indústria farmacêutica ou de manufatura de componentes químicos, que servem para as indústrias em geral.

 

O britânico Clayden, que encerrou a plenária do dia da premiação (23 de outubro) é um dos grandes nomes atuais da síntese orgânica. O foco da sua pesquisa é a construção de moléculas com formas definidas, uma vez que os sintéticos orgânicos procuram a ação de algumas moléculas na natureza e tentam reproduzi-la em laboratório em maior quantidade. Isso permite, entre outras coisas, a descoberta de novas drogas.

 

A premiação faz parte do calendário do Ano Brasil-Reino Unido de Ciência e Inovação e tem o objetivo de oferecer a expertise britânica em ciência num intercâmbio com o Brasil, a fim de tornar a colaboração entre os dois países mais intensa e resultando em produtos, patentes e publicações. O Ano tem um calendário especialmente estratégico para promover oportunidades para cientistas, empreendedores, além de empresas brasileiras e britânicas, para que celebrem o que a pesquisa conjunta entre os dois países já alcançou e ir além. O intuito é também unir forças frente aos principais desafios globais em quatro áreas: clima e biodiversidade, agricultura sustentável, saúde global e ciências da vida e energia. Recentemente o Reino Unido foi laureado com o Nobel de Química, pois um de seus cientistas compôs o trio que levou a evolução para os tubos de ensaio.

 

Além de Clayden, nomes como Arlene Correia, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – universidade considerada ser um centro de pesquisa farmacêutica de alta importância no país, Dra. Elizabeth Magalhães (da Royal Society of Chemistry), Rui Lopes (diretor adjunto da Rede de Ciência e Inovação do Ministério de Relações Exteriores do Reino Unido) e o Dr. Gonçalo Bernardes (Cambridge University) estiveram presentes.