O Sítio Roberto Burle Marx – Unidade Especial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) – comemora a conclusão de seu projeto de requalificação, no valor de R$ 5,4 milhões, realizado com o objetivo de valorizar os locais de visitação, melhorar as instalações de trabalho, aperfeiçoar as condições de acessibilidade, potencializar as ações de pesquisa e educação e ampliar o acesso público à obra de Roberto Burle Marx.

Localizado em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, esse espaço singular dispõe de um acervo botânico único, além de pinturas, gravuras, móveis, cerâmicas, tapeçarias, murais, painéis de azulejos, obras de artistas consagrados e do próprio paisagista, todos itens de sua coleção particular.

O trabalho de requalificação realizado pelo Intermuseus realça a grandeza do patrimônio preservado pelo Sítio e a sua importância como lugar de memória, repositório ímpar das múltiplas dimensões da vida e obra do paisagista. Segundo o Iphan, a propriedade é exemplo para o planeta de um espaço em que o estudo e a experiência paisagística da flora e da fito-ecologia tropical serviram de base para um intercâmbio de valores humanos que influenciaram a direção da modernidade e a visão de paisagismo no Brasil e no mundo.

Nascido em 1909 em São Paulo e criado no Rio de Janeiro, onde faleceu em 1994, Burle Marx se tornou conhecido internacionalmente como um dos paisagistas mais relevantes do século XX. Criou o conceito de jardim tropical moderno, promovendo uma mudança de paradigma no paisagismo mundial, baseado em formas modernas e no uso de plantas tropicais e subtropicais, rompendo com a tradição de jardins clássicos e românticos do século XIX e início do XX.

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Com milhares de projetos espalhados pelo mundo, Burle Marx concebeu paisagens de grande destaque no país, como os jardins do Complexo da Pampulha, em 1942; o jardim do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1954; o paisagismo do Parque Brigadeiro Eduardo Gomes (Aterro do Flamengo), em 1961; os jardins e a grande tapeçaria do Salão de Banquetes do Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, em 1962; e o famoso traçado do “calçadão” de Copacabana, em 1970.

Burle Marx foi também artista plástico, pintor, escultor, designer de joias, figurinista, cenógrafo, ceramista e tapeceiro. Todas essas facetas do artista podem ser apreciadas na propriedade que foi para ele um grande laboratório de experimentações botânicas e artísticas, onde morou e produziu em seus últimos vinte anos de vida.

Os trabalhos para requalificação começaram em outubro de 2018 e são fruto de um projeto idealizado e realizado pelo Intermuseus, com apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio da Lei de Incentivo à Cultura e parceria com o Sítio Roberto Burle Marx/IPHAN.